Pressão de servidor e cortes ameaçam censo
Levantamento do IBGE seria realizado em 2020 e foi adiado. Crédito da foto: Arquivo Agência Brasil
Além das crescentes pressões de servidores pelo adiamento do Censo Demográfico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enfrenta agora a perspectiva de um corte de orçamento que pode inviabilizar a realização do levantamento este ano. O censo deveria ter ido a campo em 2020, mas foi adiado por causa da pandemia de Covid-19. O órgão trabalhava para dar início à coleta, que visitaria todos os cerca de 71 milhões de lares brasileiros, a partir de agosto deste ano.
De R$ 2 bilhões programados pelo Executivo, o orçamento do Censo Demográfico ficará em apenas R$ 240,7 milhões este ano, de acordo com o relatório do senador Márcio Bittar (MDB-AC). Desse total, R$ 50 milhões ainda ficarão “presos” ao descumprimento da regra de ouro. Para destravar essa parcela, o governo poderá fazer um remanejamento interno antes da aprovação do Orçamento. Depois disso, a execução dependerá da aprovação de outro projeto de lei pelos parlamentares.
Por outro lado, diante do agravamento da pandemia, trabalhadores do órgão em dez Estados já demandaram às chefias estaduais e à direção que o levantamento seja transferido para 2022.
Quando ainda era preparado, o Censo Demográfico foi orçado pela equipe técnica do IBGE em mais de R$ 3 bilhões, mas a presidente do órgão, Susana Cordeiro Guerra, anunciou em 2019 que faria o levantamento com R$ 2,3 bilhões. Em meio às restrições orçamentárias, o órgão decidiu que o questionário básico do Censo seria reduzido de 37 perguntas previstas na versão-piloto para 26. (Daniela Amorim e Daniel Weterman - Estadão Conteúdo)