Preço do botijão de gás chega a R$ 75 em Sorocaba
Após o reajuste de 4,4% nas refinarias para o gás de cozinha GLP (gás liquefeito de petróleo), anunciado pela Petrobras esta semana, algumas revendedoras de Sorocaba já aumentaram o preço, que ontem variava de R$ 59,90 a R$ 75 (26%) em quatro estabelecimentos visitados pela reportagem.
O gás vendido em botijões de 13 quilos é reajustado a cada três meses, segundo política iniciada em janeiro pela estatal com o objetivo de tentar suavizar o repasse ao consumidor das oscilações das cotações internacionais.
De acordo com Carlos Ely Feitosa, gerente de uma distribuidora localizada no bairro Além Ponte, na zona leste da cidade, na quinta-feira o botijão já chegou mais caro. Antes custava R$ 70 e passou para R$ 75. "Nós passamos para os revendedores e a maioria deve aplicar o reajuste também.".
Em uma revendedora do bairro Central Parque, a atendente Silva Ramos disse o valor veio mais alto na nota. "Até quarta-feira estava R$ 63, agora passou para R$ 67 e o consumidor reclama bastante, mas sabem que não é nossa culpa", diz ela.
Guerreiro disse que não repassará o reajuste ao consumidor - EMIDIO MARQUES
Em outra revendedora na zona norte de Sorocaba, no Jardim Maria Antonia Prado, o proprietário Joel Guerreiro afirma que não vai repassar o reajuste e deve manter o preço de R$ 70. "Só quando teve a greve dos caminhoneiros faltou gás e a gente acabou comprando mais caro da distribuidora. Eu precisei vender por R$ 75, mas logo normalizou." Guerreiro cobra R$ 73 caso precise entregar o botijão na residência do cliente. O comerciante, que trabalha com revenda de gás há 42 anos, lembra que em outubro do ano passado o botijão estava mais caro do que agora. "Chegou a R$ 76."
Na Vila Haro, o revendedor Marco Aurélio Borges ainda não havia recebido botijões com preço reajustado até ontem e por isso mantinha o preço de R$ 59,90. "A gente segura o preço o quanto pode porque sabe que é uma necessidade para todo mundo."
A dona de casa Solange Almeida Guetti conta que depois da greve dos caminhoneiros -- quando faltou gás nas revendedoras e os preços ficaram mais altos -- decidiu ter sempre um botijão de reserva. "É essencial, mas mesmo assim tenho tentado economizar, usando mais o forno elétrico e deixando o gás mais para as bocas do fogão mesmo."
Segundo a Petrobras, esse foi o primeiro aumento desde quando a periodicidade trimestral de reajustes foi implantada. Em janeiro, segundo a estatal, houve queda de 5% e em abril, de 4,4%.
A alta no preço do gás em 2017 levou famílias de cerca de 1,2 milhão de residências brasileiras a adotar combustíveis alternativos como a lenha e o carvão para cozinhar alimentos, de acordo com pesquisa divulgada pelo IBGE em abril.
O aumento que entrou em vigor na quinta-feira incide sobre o preço de refinaria, que passou a ser, em média, R$ 23,10. O preço pago pelo consumidor inclui ainda impostos, margens de lucro de revenda e distribuição. (Com informações da Agência Brasil)