Buscar no Cruzeiro

Buscar

PIB vai demorar a retomar níveis pré-pandemia

19 de Abril de 2020 às 00:01

PIB vai demorar a retomar níveis pré-pandemia Especialistas dizem que economia vai demorar a voltar ao mesmo patamar de 2019. Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS

A Pimco, maior gestora de fundos de bônus do mundo, com US$ 1,9 trilhão em ativos, espera contração severa da atividade econômica mundial neste primeiro semestre, com uma recuperação devendo vir na segunda metade do ano. Mas em relatório na quinta-feira, 16, os gestores alertam para novos riscos e argumentam que pode demorar um tempo para o Produto Interno Bruto (PIB) mundial voltar aos níveis de 2019.

Os riscos para a economia mundial “permanecem pendendo para a piora”, ressaltam os estrategistas da Pimco. Um dos temores é uma segunda onda de contaminações após passarem os picos de casos em diversas economias.

Medidas emergenciais sem precedentes em diversas regiões podem limitar a piora da atividade, ressalta a Pimco. Os pacotes de socorro, incluindo medidas monetárias de ampliação da liquidez e fiscais, chegaram a quase 30% do PIB nos Estados Unidos, a 25% na zona do euro e a 20% no Japão, Reino Unido e Canadá. Na China, somaram 16%.

Para os EUA, a Pimco projeta contração trimestral não anualizada de 10% do PIB agora e a taxa de desemprego batendo em 20%, caindo em seguida para níveis na casa dos 6% a 7% quando a atividade voltar a se recuperar na segunda metade do ano. Dados divulgados na sexta-feira mostram que já são 22 milhões de solicitações de auxílio-desemprego desde o início da crise, um recorde para os EUA.

Na zona do euro, o PIB deve ter contração de 10% este ano, com a queda chegando a 20% apenas neste primeiro semestre. “Enquanto prevemos ganhos robustos para o PIB no segundo semestre de 2020, eles vão ser construídos sobre um ponto deteriorado o primeiro semestre, implicando que a atividade ainda vai estar no final do ano 5% abaixo do pico de 2019”, ressalta a Pimco. O mais provável é que o PIB europeu somente retorne a níveis pré-coronavírus em 2022.

Já a China pode ter este ano a primeira recessão desde 1976, preveem os gestores da Pimco. A estimativa é que o PIB de 2020 deve ficar em uma faixa que vai de retração de 4% a expansão de 2%. Em nove semanas de paralisação da atividade, a produção industrial e o setor de serviços caíram entre 10 a 15 pontos porcentuais dos níveis pré-pandemia. A estimativa é que o PIB chinês deve recuar 10 pontos porcentuais dos níveis anteriores à crise.

Com isso, a Pimco calcula que China não deve recuperar o nível de PIB que tinha no último trimestre de 2019 até o primeiro período de 2021. No Reino Unido, a atividade deve ficar em todo o próximo ano em patamares inferiores aos dos níveis pré-coronavírus. Para este ano, a Pimco estima queda de 8% do PIB da região. (Altamiro Silva Junior - Estadão Conteúdo)