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Pandemia abre janela de oportunidade à Embraer

23 de Julho de 2020 às 00:01

Pandemia abre janela de oportunidade à Embraer Aeronaves de menor porte ganharam espaço no mercado. Crédito da foto: Divulgação Embraer

Nem tudo envolvendo a Covid-19 é ruim para a Embraer. A empresa, que corre contra o tempo para ajustar suas operações depois do fracasso do negócio com a Boeing, encontrou na pandemia uma janela de oportunidade. A avaliação dos executivos da empresa, em linha com a análise de especialistas, é de que a pandemia reforçou no mercado o espaço para os aviões de menor porte, segmento em que a brasileira tem forte presença global.

De acordo com o diretor de engenharia de vendas da divisão de jatos executivos da Embraer, Ricardo Carvalhal, os clientes estão até sondando a empresa para antecipar entregas.

“Nossos clientes continuam comprometidos. Alguns estão consultando a gente para receber seus aviões antes do prazo. Não tivemos cancelamentos no setor de jatos executivos, apenas algumas postergações”, destacou Carvalhal. Executivos da Embraer participaram de um painel sobre a empresa brasileira no Salão Aeronáutico de Farnborough, na terça-feira. Tradicional no setor no Reino Unido, o evento está sendo realizado de forma on-line .

Com a demanda por voos internacionais perto de 2% do que era antes da pandemia, fabricantes como Boeing e Airbus enfrentam uma grave crise. A Embraer, entretanto, conseguiu encontrar um espaço no mercado, segundo o chefe de marketing e estratégia da divisão comercial da empresa, Rodrigo Silva e Souza.

A recuperação do setor aéreo começou a acontecer no transporte regional, sobretudo na Europa e China, com o declínio da curva de novos casos de coronavírus. Souza defendeu que a regionalização do transporte aéreo será uma tendência importante para os próximos anos.

O otimismo, entretanto, não tira o sinal de alerta. A Embraer encerrou o segundo trimestre com a entrega de 17 jatos, sendo quatro comerciais e 13 executivos (9 leves e 4 grandes). A carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) ao final de junho somava US$ 15,4 bilhões. Na segunda-feira, a empresa atribuiu a menor entrega de aviões comerciais e jatos executivos no segundo trimestre à pandemia. Em igual período do ano passado, a empresa anunciou 51 jatos e backlog de US$ 16,9 bilhões. (Cristian Favaro - Estadão Conteúdo)