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País tem recorde em empregos formais

24 de Dezembro de 2020 às 00:01

País tem recorde em empregos formais Foi o 5º mês consecutivo de abertura de postos de trabalho. Crédito da foto: Marcello Casal Jr. / Arquivo Agência Brasil

O mercado de trabalho formal brasileiro registrou em novembro a abertura de 414.556 vagas. Segundo o Ministério da Economia, esse é o melhor resultado para todos os meses desde o início da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 1992. Os dados do mês passado foram divulgados ontem. Foi o quinto mês consecutivo de saldo positivo.

Com o resultado, o saldo líquido do acumulado em 2020 se inverte e fica positivo, com 227.025 vagas. O resultado de novembro decorreu de 1.532.189 admissões e de 1.117.633 demissões. No acumulado do ano, foram 13.840.653 vagas abertas, e 13.613.628 desligamentos.

A abertura líquida de 414.556 vagas de trabalho com carteira assinada em novembro foi impulsionada pelos desempenhos dos setores de serviços, comércio e indústria.

De acordo com os dados do Caged, houve um saldo positivo de 179 261 contratações no setor de serviços em novembro, que liderou entre os segmentos no resultado líquido. No comércio, o saldo foi de 179.077.

Já na indústria, foram 51.457 vagas no resultado final do mês passado. Em seguida vem construção civil, com abertura líquida de 20.724 vagas. Já o setor de agropecuária fechou 15.353 vagas.

O salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada teve alta real em novembro ante o mesmo mês de 2019, de R$ 1.675,53 para R$ 1.684,35, segundo dados do Caged.

Dezembro

Apesar de dizer que evita fazer previsões, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco afirmou ontem não achar difícil que os dados do Caged “surpreendam” em dezembro, devido as iniciativas para manutenção de emprego. O secretário destacou que o mês tipicamente tem saldo negativo de vagas. “Podemos ter saldo positivo em dezembro, de forma atípica”, afirmou Bianco, ressalvando, no entanto, que prefere se ater apenas à divulgação dos dados. “2020 é ano atípico e tem sido positivo de vagas, nos surpreendendo”, disse o secretário.

Sobre os números de novembro, Bianco comentou que é alta a taxa de contratação de temporários com demanda forte e retomada da economia. Ele disse que a pasta trabalha para “geração de oportunidades” de emprego para os informais em 2021, mas emendou que esse não é o “momento oportuno” para abrir maiores detalhes do que o governo planeja fazer. Segundo Bianco, ainda são necessárias conversas com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente Jair Bolsonaro sobre os próximos passos.

‘Estamos na retomada em V’, repete Guedes

Diante do melhor resultado da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com saldo de 414.556 no mercado formal em novembro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a dizer que o Brasil está retomando a sua economia em V e “surpreendendo o mundo”. Guedes ainda afirmou que as “reformas prosseguiram”, mesmo com um ritmo “um pouco lento”.

‘Quando observamos serviços e comércios, foram exatamente os setores mais atingidos pela pandemia. E a economia voltou em V como eu tinha antecipado, como poucos acreditaram, confirmando nossas expectativas, em vez da destruição de empregos, como nas crises de 2015 e 2016, nós já estamos antes de chegar o dado de dezembro com 227 mil empregos criados”, disse Guedes. O ministro destacou que em 2015 e 2016, quando crises foram criadas por “erros” na economia, segundo ele, os anos encerraram com fechamento de vagas na ordem de 1,5 milhão.

“Agora com a pandemia, que é questão de fora, criamos empregos”, disse Guedes, que voltou a destacar a importância da vacinação em massa contra a Covid-19 para a recuperação econômica. “Para o ano que vem, nossa esperança vai ser a vacinação em massa para salvar vidas, garantir retorno seguro ao trabalho e garantir a retomada econômica”, disse o ministro.

Trabalhadores informais somam 29,2 milhões, diz IBGE

O número de trabalhadores informais subiu a 29,2 milhões de pessoas em novembro, um aumento de 0,6% em relação a outubro, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, divulgados pelo IBGE. O resultado equivale a 34,5% do total de ocupados.

O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado aumentou a 32,065 milhões em novembro, 256 mil a mais que em outubro. No mês anterior, o total de vagas com carteira assinada no setor privado já tinha aumentado em 403 mil.

“O que ocorreu de forma significativa foi o aumento no emprego com carteira assinada nesses últimos dois meses”, apontou Maria Lucia Vieira, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. O avanço pode ter relação com as contratações de trabalhadores temporários para as festas de fim de ano, confirmou.

A taxa de desocupação passou de 14,1% em outubro para 14,2% em novembro. “A gente vê que a população desocupada vem crescendo desde maio, e a população ocupada começa a crescer desde agosto. No segundo semestre sempre tem esse movimento de pessoas que saem da população fora da força de trabalho e voltam para o mercado de trabalho”, justificou Maria Lucia.

“O aumento na taxa de desocupação foi significativo na região Nordeste. A gente vê uma pressão forte na taxa de desocupação que vem da região Nordeste”, apontou a coordenadora do IBGE.

Segundo Maria Lucia, a redução do auxílio emergencial pode ter influenciado no aumento na busca por emprego no Nordeste, pois a região tem uma proporção maior de domicílios assistidos pelo benefício.

Em novembro, 7,3 milhões de pessoas trabalhavam em home office, ante 7,6 milhões de pessoas em outubro. Em apenas um mês, cerca de 300 mil pessoas deixaram de trabalhar remotamente. (Amanda Pupo, Célia Froufe e Daniela Amorim - Estadão Conteúdo)