OCDE prevê recuo de 7,4% no PIB brasileiro
Crédito da Foto: Marcos Santos / USP Imagens
Já é certo para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que o Brasil passará por uma recessão “profunda” este ano por causa das consequências da pandemia de coronavírus. A entidade, com sede em Paris, prevê, no relatório Perspectivas Econômicas, divulgado ontem, que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) será de 7,4% em 2020, mas poderá chegar a 9,1% se houver uma segunda onda de Covid-19 no País no último trimestre do ano.
“A economia estava finalmente se recuperando de uma longa recessão quando o surto de Covid-19 atingiu o País e, agora, a previsão é que sofra uma recessão profunda”, diz o documento de 333 páginas, das quais cinco são reservadas para dados relativos ao Brasil.
Para a entidade, passada a pandemia, o PIB brasileiro deverá se recuperar em 2021 apenas de forma “gradual e parcial”. As projeções pressupõem uma flexibilização gradual da maioria das medidas de isolamento adotadas no País a partir da primeira metade de junho.
A OCDE apresentou dois cenários. O mais pessimista, com uma segunda onda da pandemia, pressupõe um retorno das medidas de isolamento no final do ano e uma contração da economia de 9,1% em 2020. A recuperação em 2021 seria moderada nesse quadro, com crescimento de apenas 2,4% do PIB. No cenário sem uma segunda onda, a OCDE prevê contração de 7,4% no PIB de 2020 e crescimento de 4,2% em 2021.
A organização elogiou as respostas do governo brasileiro à crise, mas destacou que reação fiscal deve ser claramente “temporária”. (Célia Froufe - Estadão Conteúdo)