Mourão defende equilíbrio entre economia e saúde
Vice-presidente falou do “day after” após a pandemia. Crédito da foto: Bruno Batista / Arquivo VPR (9/3/2020)
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse ontem, em webinar promovido pela Câmara Árabe, que o resgate da economia é prioridade da atual gestão. Ao lado de preservar a economia, ele disse que a saúde do brasileiro também está no foco das preocupações, sobretudo para baixar a curva de contaminação e das mortes. “É necessário buscar equilíbrio entre contenção da doença e retomada da economia”, frisou.
Segundo Mourão, as medidas que estão sendo tomadas pelo governo Bolsonaro -- como a destinação de recursos para empresas e trabalhadores -- não significa que o equilíbrio macroeconômico será deixado de lado. “Buscar estabilidade macro é fundamental para o Brasil crescer de forma sustentável.”
No webinar da Câmara Árabe, o vice-presidente da República disse que no “day after” após a pandemia do novo coronavírus, o governo terá o programa Pró-Brasil, que deverá estar pronto entre agosto e setembro.
O projeto foi lançado em abril pelo ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto, sem a presença do ministro da Economia Paulo Guedes, o que suscitou rumores iniciais, depois abafados, de que ele poderia deixar o governo. O Pró-Brasil -- que vai na linha contrária do que defende Guedes, pois prevê a utilização de recursos públicos para a retomada do crescimento -- tem o objetivo de propiciar a criação de 1 milhão de empregos e recuperar a economia.
No evento desta quarta-feira, Mourão disse também que a atual crise não afetou a fronteira agrícola, pois Estados são menos afetados pela pandemia. “Nosso agronegócio é um caso de sucesso”, disse, citando a alta tecnologia utilizada no setor. “O Brasil está comprometido com a cooperação comercial com os países árabes, temos relações estratégicas com essas nações, construídas ao longo dos anos, com fluxo que no ano passado totalizou mais de US$ 12 bilhões, o terceiro parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China e dos EUA.”
Mourão disse que é preciso buscar aproximação com os parceiros comerciais sem barreiras ideológicas ou culturais. (Gustavo Porto e Elizabeth Lopes - Estadão Conteúdo)