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Instabilidade avança sobre emergentes retraindo as Bolsas e elevando o dólar

04 de Setembro de 2018 às 21:24

De uma cesta de 24 dividas emergentes, o dólar se valorizou sobre 22 nesta terça. Crédito da foto: Arquivo AFP / Nelson ALMEIDA

 

As principais moedas emergentes registraram nova rodada de desvalorização ante o dólar nesta terça-feira (4), reflexo de notícias que apontam para uma recuperação americana mais consistente e o acirramento de fragilidades econômicas domésticas nesses países. A África do Sul se somou ao grupo de emergentes em crise ao anunciar que está em recessão pela primeira vez desde 2009. Está ao lado da Argentina, que negocia com o FMI (Fundo Monetário Internacional) refinanciamento de dívida após forte desvalorização do peso, e da Turquia, que também sofre com a perda de valor da lira.

De uma cesta de 24 dividas emergentes, o dólar se valorizou sobre 22 nesta terça. Ante o real, a alta foi modesta, de 0,07%, a R$ 4,1550. A subida do dólar foi puxada pela divulgação de dados melhores que o esperado para a produção industrial americana, que levaram a uma alta nas taxas de juros do país negociadas no mercado financeiro, diz André Perfeito, da Spinelli Corretora. O contrato com vencimento em 2 anos avançou 1%.

As principais bolsas do mundo, incluindo as dos Estados Unidos, recuaram ao longo do dia. O destaque entre os países desenvolvidos foi a Bolsa de Frankfurt, na Alemanha, teve retração de 1,1%. A Bolsa brasileira registrou retração de quase 2%, fechando em 74.711 pontos. Investidores locais adotavam postura defensiva à espera da divulgação da primeira pesquisa após o início do horário eleitoral gratuito. Os dados seriam divulgados pelo Ibope após o fechamento do mercado.

O Fed (Federal Reserve) vem sinalizando que poderá subir a taxa de juros, atualmente entre 1,75% e 2%, mais duas vezes ainda neste ano. A decisão do banco central americano se baseia nos sinais de recuperação da economia americana. A alta faz com que investidores prefiram sair de aplicações consideradas mais arriscadas, em países emergentes, em troca da dívida americana, vista como mais segura.

Além do componente doméstico, o temor de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China, fruto da política comercial do governo do presidente americano, Donald Trump, segue no radar e diminui a disposição de investidores a correr riscos nas economias emergentes. (Tássina Kastner/ Folhapress)

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