Inflação deve subir no curto prazo, alerta BC
Preço dos alimentos subiu 8,83% no período de 12 meses. Crédito da foto: Marcos Santos / USP Imagens
O Banco Central reconheceu ontem que a inflação ao consumidor “deve se elevar no curto prazo”. De acordo com a instituição, contribuem para isso “o movimento de alta temporária nos preços dos alimentos” e a “normalização parcial dos preços de alguns serviços”, na esteira da retomada da atividade e da redução do isolamento social.
Essas considerações foram feitas na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom). Na semana passada, o colegiado manteve a Selic, a taxa básica de juros, em 2% ao ano, depois de nove cortes consecutivos.
Da reunião do Copom de agosto para a de setembro, algumas pressões inflacionárias ficaram claras, como a verificada na alta do preço do arroz. No documento divulgado ontem, o Copom trata a pressão sobre os alimentos como “temporária”.
Em 12 meses até agosto, o preço dos alimentos subiu 8,83%. Esse reajuste não tem apenas um alimento como responsável -- a maioria está com preços recordes no campo.
Na ata, o colegiado também avaliou que os preços administrados devem apresentar “variação contida”. Como exemplo, o BC citou “o recuo nas tarifas de plano de saúde em setembro e a queda projetada para o preço da gasolina a partir de outubro”.
No mais recente Relatório de Mercado Focus, publicado na última segunda-feira, os economistas do mercado financeiro projetaram alta de apenas 0,90% nos preços administrados no acumulado de 2020. (Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues - Estadão Conteúdo)