Carlos Araújo - [email protected]

Aproximadamente 650 postos de trabalho foram eliminados em junho nas indústrias da região de Sorocaba, composta de 48 municípios na base de abrangência do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Em maio, a queda também foi de 650 vagas. Esses dois meses invertem uma tendência de saldo positivo no nível de emprego entre janeiro e abril.

No acumulado de 2018 (1º semestre) o saldo é positivo, com a criação de 500 postos de trabalho nas indústrias da região de Sorocaba. Nos últimos 12 meses, os resultados também são positivos, com 950 vagas.

O diretor regional do Ciesp, Erly Domingues de Syllos, que também preside o Conselho Municipal do Desenvolvimento Econômico e Social (CMDES), ressaltou que "poucas cidades do Estado de São Paulo tiveram efeito positivo na média dos últimos 12 meses". Nesse ângulo, ele observa que "Sorocaba é uma das cidades que se destacou perante outras".

No Estado de São Paulo, as indústrias também reduziram o quadro de funcionários, com o fechamento de 11,5 mil postos. Apesar do resultado negativo do mês passado, o setor encerrou o primeiro semestre com saldo positivo de 17 mil vagas.

Dos 22 segmentos monitorados pela pesquisa no Estado, 16 eliminaram vagas em junho. Apenas quatro contrataram mais do que demitiram, sendo a maior abertura registrada na indústria de bebidas, onde foram criados 331 postos.

O diretor regional do Ciesp identificou um conjunto de fatores que contribuiu para o resultado negativo de junho. Citou a paralisação dos caminhoneiros no fim de maio: "É o pós-greve que está afetando todos os setores, que não se recuperaram ainda." Ele lembra que em função da greve muitas empresas automotivas pararam de produzir por causa da dificuldade na obtenção de insumos e do acesso do trabalhador às fábricas.

Em sua análise, as indústrias de autopeças de uma forma geral sentiram o impacto do corte de pedidos das montadoras e, em razão disso, muitas não contrataram novos funcionários e em alguns casos fizeram demissões.

Syllos relaciona o mercado externo como outro fator, principalmente em relação à Argentina e aos Estados Unidos. Lembra ainda as incertezas com o cenário político, em que o País se prepara para uma campanha eleitoral, e as variações do câmbio.

Por outro lado, em relação a Sorocaba, Syllos acredita que os registros negativos são momentâneos: "Logo vamos recuperar essa empregabilidade, com novo crescimento." Ele afirma que o perfil socioeconômico da cidade favorece essa expectativa: "Temos celeiro de profissionais de ótima qualificação."