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Há sinais de melhora na arrecadação em julho

24 de Julho de 2020 às 00:01

Há sinais de melhora na arrecadação em julho No mês passado, queda foi de 29% em relação a junho de 2019. Crédito da foto: Marcelo Camargo / Arquivo Agência Brasil

As primeiras informações da arrecadação em julho sinalizam para uma melhora da economia, disse ontem o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias. Segundo ele, a trajetória de recuperação deve seguir nos meses seguintes.

“Estamos otimistas com primeiros números de julho, mas a arrecadação é muito concentrada nos últimos dias, temos de aguardar fim do mês”, afirmou. Malaquias disse ainda que o governo acredita que poderá recuperar até o fim do ano os tributos cujo recolhimento foi adiado para dar fôlego às empresas no momento mais crítico da crise provocada pela Covid-19. “A economia está retomando. Mas isso também depende muito do timing dos Estados” disse.

A Receita Federal estima um impacto acumulado de R$ 81,3 bilhões devido ao adiamento na cobrança de tributos. Até agora, o governo concedeu o diferimento em PIS/Cofins, contribuição previdenciária, IRPJ, CSLL e PIS/Cofins para empresas do Simples Nacional. Também houve prorrogação de prazos para pagamento de parcelamentos de tributos realizados no passado.

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus fez a arrecadação federal registrar o pior junho em 16 anos. O adiamento no recolhimento de tributos e os efeitos econômicos da crise levaram ao ingresso de R$ 86,258 bilhões nos cofres da União no mês passado, um tombo de 29,59% em relação a junho de 2019, já descontada a inflação no período. O resultado é o pior para o mês desde 2004, quando a arrecadação em valores atualizados somou R$ 78,693 bilhões.

Segundo os dados da Receita Federal, o diferimento de tributos -- medida adotada para aliviar o caixa de empresas num momento de forte queda no faturamento -- teve um impacto negativo de R$ 20,417 bilhões no mês passado.

Houve ainda uma queda de R$ 2,351 bilhões na arrecadação devido à desoneração do IOF nas operações de crédito, outra medida adotada para facilitar a renegociação de dívidas por empresas e pessoas físicas nesse momento de dificuldades. As compensações tributárias, por sua vez, tiraram R$ 6,813 bilhões das receitas do governo. (Idiana Tomazelli - Estadão Conteúdo)