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Guedes: nota de R$ 200 poderá durar pouco

30 de Outubro de 2020 às 00:01

Guedes: nota de R$ 200 poderá durar pouco Ministro criticou Febraban. Crédito da foto: Sérgio Lima / Arquivo AFP (18/3/2020)

Menos de dois meses após o Banco Central lançar oficialmente a nova cédula de R$ 200, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu ontem que a criação de uma nota de mais alto valor ocorreu na contramão do que outros países têm feito e projetou que a nova cédula terá pouca duração no Brasil.

“Criamos nota de R$ 200 com lobo-guará porque tínhamos um problema de logística para pagarmos o auxílio emergencial. Com o Pix (sistema de pagamentos instantâneos do BC), o futuro é menos dinheiro na mão e notas mais simples. No futuro vai acabar o lobo-guará, a nota de R$ 200, de R$ 100. Já, já, o lobo-guará vai se aposentar, terá uma carreira curta”, afirmou, em audiência pública na Comissão Mista do Congresso Nacional para o acompanhamento de medidas contra a Covid-19.

Serão impressas neste ano 450 milhões de unidades da nota de R$ 200, o que representará um montante de R$ 90 bilhões aos cofres públicos. De acordo com o BC, o custo de produção da nova nota é de R$ 325 por mil cédulas. Para comparação, a cédula de R$ 100 custa R$ 280 a cada mil notas produzidas.

Febraban

Guedes também criticou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que se posicionou contra estudos da equipe econômica para a criação de um novo imposto sobre pagamentos -- nos moldes da extinta CPMF. O ministro atacou duramente a entidade que representa os maiores bancos do País.

Ele reclamou especificamente do apoio da entidade a um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) da Organização das Nações Unidas (ONU) que foi oferecido ao ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. “A Febraban é o cartório institucionalizado dos bancos, é paga para isso. Ela financia até programa de estudo de ministro gastador, para enfraquecer ministro que quer acabar com privilégios.”

Em resposta a Guedes, a Febraban disse, em nota, que “sempre se posicionou pela necessidade de sustentabilidade fiscal como pressuposto da retomada econômica e pela defesa clara em favor da manutenção do teto de gastos”. (Estadão Conteúdo)