Frota de veículos envelhece há 6 anos
Crédito da foto: Emidio Marques / Arquivo JCS (10/9/2019)
A frota brasileira de veículos vem ficando mais velha há seis anos consecutivos. Com o tombo das vendas de modelos novos previsto para este ano -- de cerca de 40%, segundo previsão dos fabricantes --, a idade média dos automóveis em circulação no País deve superar dez anos.
Hoje essa média é de 9 anos e 10 meses, um ano e 4 meses a mais do que em 2012, quando o mercado registrou venda recorde de 3,8 milhões de veículos novos.
A idade média dos caminhões é ainda maior, de 11 anos e 7 meses, segundo o mais recente estudo do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) com base em dados de 2019. Atualizado anualmente desde a década de 60, o relatório mostra que, entre os pouco mais de 2 milhões de caminhões em atividade, 45% têm entre 11 e 20 anos e 13% têm mais de duas décadas. Entre os 37,9 milhões de automóveis, 18% têm até três anos (considerados seminovos), taxa que era de 25% em 2014.
“A renovação da frota está ligada à proporção de veículos novos que entram no mercado”, diz Elias Mufarej, diretor do Sindipeças e responsável pela pesquisa. O setor ainda não conseguiu repor a queda de vendas de carros novos registrada de 2013 a 2016, de quase 50%, mesmo com a melhora apresentada nos últimos três anos. Com a retração de 40% esperada para este ano, a idade média dos automóveis vai passar de uma década, “o que é muito ruim pois quanto mais velhos, mais poluentes e mais perigosos os veículos se tornam”, diz Mufarej.
O presidente da Bright Consulting, Paulo Cardamone, reforça que veículos mais antigos aumentam o número de acidentes e de mortes, assim como o de congestionamentos por quebra nas ruas e estradas. Consequentemente, os gastos do governo nas áreas de saúde e infraestrutura são maiores. (Cleide Silva - Estadão Conteúdo)