Foco deve ser vacina, dizem economistas
Crédito da foto: Vinícius Fonseca / Arquivo JCS (12/5/2020)
A piora da pandemia de Covid-19 neste início de ano exigirá novas medidas, com mais gastos por parte do governo federal, e levará ao aumento do rombo nas contas públicas. No curto prazo, o foco da ação do governo deveria ser a aceleração da vacinação, disseram três economistas de diferentes correntes teóricas, em debate ontem promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), em parceria com o Estadão. O resultado é um aumento da dívida pública. A busca pelo equilíbrio das contas poderá ficar para depois, e o aumento de impostos está no radar.
No curto prazo, os economistas reconheceram a importância de uma nova rodada do auxílio emergencial. Para o economista Manoel Pires, coordenador do Observatório Fiscal do Ibre/FGV, o debate sobre a reedição da medida, por meio da PEC emergencial, errou ao ser travado em torno de possíveis cortes de despesas, para compensar o gasto adicional. “É muito difícil fazer ajuste de curtíssimo prazo da ordem de grandeza das medidas necessárias (diante do recrudescimento da pandemia)”, disse Pires, um dos participantes do seminário on-line “Os Caminhos da Política Fiscal”.
O limite de R$ 44 bilhões para a nova rodada do auxílio emergencial foi criticado pela economista Laura Carvalho, professora e pesquisadora do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da USP. Segundo ela, o valor equivale a 15% do gasto com a transferência de renda temporária no ano passado.
Para Fábio Giambiagim economista do BNDES, o aumento de impostos não pode ser descartado. (Vinicius Neder - Estadão Conteúdo)