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Faturamento cai em 9 de 10 micro e pequenos negócios

10 de Abril de 2020 às 00:01

A crise econômica decorrente do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus já reduziu o faturamento de nove em cada dez pequenos negócios brasileiros. Com boa parte do comércio e praticamente todos os serviços paralisados como forma de conter a propagação da Covid-19, as menores firmas têm tido dificuldades em fechar as contas.

De acordo com pesquisa realizada no fim de março pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 89,2% dos 17,2 milhões de pequenos negócios do País apresentaram redução nos valores vendidos durante a crise.

Decretos estaduais e municipais têm restringido a atividade econômica, mantendo o funcionamento apenas de setores essenciais, como farmácias, padarias, mercados e oficinas mecânicas. Restaurantes e lanchonetes têm funcionado apenas para entregas. As medidas são criticadas pelo presidente Jair Bolsonaro, mas recomendadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a melhor maneira de evitar a propagação da doença no País.

Com menos movimento das ruas e shoppings, a queda no faturamento dos pequenos negócios tem sido brutal. De acordo com a pesquisa do Sebrae, a redução média das vendas em uma semana com medidas de isolamento social é de 69,3% em relação uma semana normal de funcionamento. Dois terços das menores empresas têm faturado menos da metade dos valores a que estão acostumados.

A pesquisa mostra que apenas 3,2% das menores firmas do País não sentiram mudança perceptível no trabalho e somente 2,5% dos microempresários ouvidos registram aumento do movimento no período. Para essa minoria que percebeu um crescimento na demanda durante a crise, o aumento médio no faturamento foi de 21,1%.

Participação

Com menor capacidade para atravessarem a crise, as micro e pequenas empresas podem perder participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. De acordo com o Sebrae, o segmento das menores companhias é responsável por mais de 30% dos bens e serviços produzidos no País desde 2017. (Eduardo Rodrigues - Estadão Conteúdo)