Buscar no Cruzeiro

Buscar

Empresas investem para ajudar pequeno varejo

29 de Maio de 2020 às 00:01

Empresas investem para ajudar pequeno varejo BRF é uma das empresas que vão apoiar pequenos comércios. Crédito da foto: Nelson Almeida / Arquivo AFP (5/3/2018)

Oito grandes empresas do setor de alimentos e bebidas firmaram uma coalizão para apoiar o pequeno varejo na reabertura do comércio. O movimento denominado “Nós” envolve Ambev, Aurora Alimentos, BRF, Coca-Cola Brasil, Grupo Heineken, Mondelez International, Nestlé e PepsiCo.

O investimento será de mais de R$ 370 milhões e promete beneficiar de cerca de 300 mil pequenos comércios no País. Dentre as ações propostas pelo movimento estão a renegociação de prazos para o abastecimento dos pequenos comércios, bem como distribuição de kits de higiene e cartilhas para orientar os empreendedores a seguir as novas normas de segurança e saúde.

Serão ao todo quatro frentes: reabertura segura com foco na saúde; reabastecimento facilitado do estoque; fortalecimento da relação entre comércios locais e consumidores; e a divulgação de informações relevantes do mercado.

O Movimento Nós informa ainda que conta com a Bain & Company em sua governança, uma consultoria independente que assegura que não há troca de informações sensíveis e respeita integralmente a legislação vigente antitruste.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu ontem liberar a colaboração entre o grupo de empresas concorrentes para que atuem de forma conjunta na tentativa de combater os efeitos da pandemia.

Em sessão extraordinária convocada para analisar o processo, o Cade decidiu homologar, por unanimidade, o despacho trazido pelo presidente do órgão, Alexandre Barreto. Segundo ele, numa análise preliminar dos termos de acordo trazidos pelas empresas interessadas ao Cade, foi constatado não haver indício de tentativa de realização de prática anticompetitiva.

Para Barreto, há justificativa econômica plausível para o memorando, sendo que as partes efetivamente adotaram protocolos de prevenção de riscos antitruste. “A petição demonstra boa-fé das empresas bem como preocupação há com o restabelecimento da competitividade e normalidade do setor”, afirmou Barreto. Ele destacou ainda que a excepcionalidade da medida não constitui imunidade antitruste para os participantes do acordo.

A previsão é de que o acordo vigore até o dia 31 de outubro de 2020, e poderá ser prorrogado caso haja evolução do cenário da pandemia. Se for estendido, precisará ser comunicado ao Cade previamente. (Talita Nascimento e Amanda Pupo - Estadão Conteúdo)