Embate entre metalúrgicos e Embraer deve parar na Justiça
Empresa desligou cerca de 2.500 trabalhadores. Crédito da foto: Divulgação Embraer
A Embraer e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos não chegaram a um acordo para pôr fim ao embate após a demissão de cerca de 2.500 colaboradores. O ajuste na folha, alega a empresa, veio com a grave crise provocada pela pandemia, assim como o fracasso do acordo com a Boeing envolvendo o segmento de jatos comerciais. Sem acordo, a categoria promete agora entrar na Justiça para reverter as demissões.
Os desligamentos, segundo cálculos da entidade, consideram tanto as 1,6 mil dispensas dentro de um programa de demissão voluntária, cuja validade é posta em xeque pela categoria, que aponta assédio para a adesão, além de um anúncio feito pela Embraer na semana passada confirmando a demissão de 900 outros profissionais. A categoria se reuniu ontem com a empresa em audiência de mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região.
A Embraer, em nota, criticou a postura dos sindicalistas. A fabricante colocou sobre a mesa a extensão dos benefícios de assistência médica e auxílio-alimentação aos colaboradores desligados.
Do outro lado, o sindicato exige que todas as demissões sejam revertidas. Eles demandam um ajuste nas remunerações de diretores e propuseram a adoção de um teto salarial na fábrica equivalente à remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal, no valor de R$ 39.200. O valor economizado com a medida, defendem, seria suficiente para manter os empregos.
A Embraer, entretanto, alega que os sindicalistas transformaram as remunerações anuais em mensais. Segundo a fabricante, o sindicato trata como salário números que também englobam bônus por desempenho e incentivos de curto e longo prazos, cujo pagamentos são anuais. (Cristian Favaro - Estadão Conteúdo)