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Em SP, Sorocaba é a 6ª cidade em startups

05 de Março de 2019 às 06:30
Ana Claudia Martins [email protected]

Em SP, Sorocaba é a 6ª cidade em startups Roberto Freitas é o presidente do Parque Tecnológico. Crédito da foto: Felipe Pinheiro / Arquivo Secom Sorocaba (8/8/2018)

Sorocaba é a 6ª cidade do Estado com mais startups, empreendimentos que se caracterizam pela inovação do serviço produzido, geralmente de base tecnológica, desenvolvidos a custos menores e processos mais ágeis. Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), a cidade possui 44 atualmente cadastradas em sua base de dados do ecossistema brasileiro desse tipo de negócio.

O presidente do Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS), Roberto Freitas, conta que a cidade já teve mais de 70 projetos de startups iniciados no parque desde a sua inauguração em 2012. O PTS é um dos principais parceiros dos empreendedores, com programas específicos para aceleração de negócios iniciantes, como o Hubiz, Startup Weekend, Hackathons e o programa Startup SP, em parceria com o Sebrae SP, por meio do escritório regional em Sorocaba.

O Startup SP, em sua 3ª edição, inclusive, anunciou os nomes de 20 startups selecionadas para participarem do programa -- número inédito e o dobro de cada uma das duas edições anteriores. A edição também registrou o maior recorde de interessados, com quase 1, 5 mil participantes. O que demonstra a importância, o crescimento e o interesse cada vez maior dos empreendedores sorocabanos pelas startups.

De acordo com Roberto Freitas, as startups locais impactam a economia da cidade, faturando anualmente R$ 200 milhões e gerando mais de 300 emprego -- e pagando ao município cerca de R$ 10 milhões em impostos, valor que é praticamente o dobro do orçamento anual do PTS, de R$ 5 milhões. “As startups são muito importantes para a economia de Sorocaba. Com o surgimento de novas tecnologias e novos modelos de negócios, a nossa economia local é diretamente impactada, por meio da geração de novos empregos de qualidade e aumento da arrecadação de impostos”, destaca Freitas.

O perfil delas

No total, a ABStartups tem cadastradas 10.439 startups em todo o País, sendo São Paulo o estado com o maior número: 3.074. As cidades de São Paulo (2.123), Campinas (131) e São José dos Campos (74) ocupam as três primeiras colocações.

Em SP, Sorocaba é a 6ª cidade em startups Crédito da foto: Divulgação

Depois vêm Ribeirão Preto (54), Barueri (45), Sorocaba (44), São Carlos (39), São Bernardo do Campo (37), Santos (33) e, em 10° lugar, Santo André (32).

Ainda de acordo com a ABStartups, a maior parte das startups de Sorocaba são modelos de negócios de serviços (53,8%); depois aparecem de marketplace (23,1%), outros (11,5%), consumer (3,85%), e-commerce (3,85%) e hardware (3,85%). Já em relação ao perfil dos empreendedores da cidade, a faixa etária varia entre 18 a 40 anos, e as empresas têm, em sua maioria, cerca de três anos.

Em termos nacionais, 72% são lideradas por jovens entre 25 e 40 anos de idade, 87,13% são comandadas por homens e 12,3% por mulheres, totalizando mais de 8 mil empreendedores. Os setores em que mais as startups se destacam são educação (edutechs), agronegócio (agtechs), finanças (fintechs), internet, propaganda, comunicação, comércio eletrônico, saúde e bem-estar, logística e mobilidade urbana, entretenimento, eventos e turismo.

Sistema contra vazamento de água põe empresa em destaque

Em SP, Sorocaba é a 6ª cidade em startups Antônio Carlos, 38, é um dos fundadores da empresa. Crédito da foto: Divulgação

Fundada em 2015, a startup sorocabana Stattus 4, que criou um sistema de gerenciamento de distribuição de água com foco na detecção automática de vazamentos na rede de distribuição, já foi destaque na imprensa local e até internacional. Segundo um dos sócios-fundadores, Antônio Carlos de Oliveira Júnior, 38 anos, após a publicação de uma matéria sobre a startup na revista inglesa The Economist, a empresa decolou.

Ele conta que a ideia de criar a startup nasceu em 2013, quando foi contratado por um cliente para desenvolver um tipo de geofone (instrumento que serve para escutar ruídos subterrâneos, utilizando-se da prospecção através do eco) com foco na captura de vazamentos. A ideia deu certo e se transformou no atual sistema de gerenciamento da distribuição de água, que é comercializado para empresas distribuidoras de 26 cidades brasileiras, com as quais a Stattus 4 possui contratos.

Os dados coletados nos hidrômetros são enviados, via dispositivos móveis como celulares ou tablets, diretamente para a base de computação. “O sistema de inteligência artificial identifica, através dos dados coletados, se há ou não vazamento. Bastam 15 segundos do coletor tocando o encanamento do hidrômetro, e um smartphone, para que a coleta seja feita e enviada para o sistema”, destaca Antônio. Segundo ele, a startup recebeu apoio do programa PIPE-FAPESP, que apoia a execução de pesquisa científica e/ou tecnológica em micro, pequenas e médias empresas no Estado, e ficou incubada no PTS, onde foi finalista do programa Inovativa 2016.

Em SP, Sorocaba é a 6ª cidade em startups Sistema usa geofone com foco na captura de vazamentos e envia dados para um tablet ou celular. Empresa está presente em 26 cidades. Crédito da foto: Divulgação

Em junho de 2017 a Stattus 4 ficou em 1º lugar no prêmio Startup Inovadora no 47º Congresso da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento, sendo reconhecida pelo mercado de saneamento como uma empresa inovadora.

Formado em Engenharia Elétrica e Matemática, Antônio conta que antes da startup empreendeu em outros dois negócios que não deram resultados; para ele, o sucesso do atual negócio é resultado do trabalho realizado para encontrar soluções inovadoras para os problemas no setor hídrico. “As empresas nacionais de distribuição de água tem cerca de R$ 10 bilhões por ano em prejuízos com a perda de água. Então, uma solução inteligente para evitar esse prejuízo é altamente vantajosa para nossos clientes”, destaca. A Stattus 4 está localizada no Alto da Boa Vista, na avenida Rudolf Dafferner, 400 Ed. Nova York (sala 402), Sorocaba. (Ana Cláudia Martins)

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