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‘Economia está começando a colapsar’, diz Guedes

08 de Maio de 2020 às 00:01

‘Economia está começando a colapsar’, diz Guedes Paulo Guedes ouviu relato de grupo de empresários. Crédito da foto: marcos Corrêa / Presidência da República (7/5/2020)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem que “a economia está começando a colapsar” por causa da pandemia de Covid-19. Em reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro, representantes da indústria e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, o ministro disse que Bolsonaro sempre alertou que a segunda onda da pandemia seria o colapso na economia.

“A indústria passou que está difícil e a economia está começando a colapsar. Ao ouvir relato de empresários, presidente disse para compartilhar com o Supremo”, afirmou Guedes, que atravessou a pé a Praça dos Três Poderes junto com Bolsonaro e empresários para se reunirem com Dias Toffoli.

Guedes citou as medidas tomadas pelo governo, as quais, segundo ele, preservaram mais de 5,5 milhões de empregos com programas criados. Para ele, a indústria informou que poderia suportar dois ou três meses os efeitos da pandemia na economia, mas “a informação é que talvez os sinais vitais não sejam preservados por tanto tempo”, disse. “Em vez de sairmos como urso hibernado, talvez seja o caso (de) o colapso total.”

O ministro alertou para o risco de desorganização da produção brasileira nos próximos 30 dias. “O alerta que eles (representantes da indústria) deram é muito importante. Embora haja proteção e o povo ainda tenha o dinheiro na mão, daqui a 30 dias pode ser que comece a falta (abastecimento) nas prateleiras.”

Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil e coordenador da Coalizão Indústria, lembrou que o setor industrial representa 45% do Produto Interno Bruto (PIB), 65% das exportações e 30 milhões de empregos diretos e indiretos. “Existe a necessidade de colocarmos a roda para rodar”, disse Lopes.

Construção e indústria

O governo federal publicou ontem o decreto que inclui no rol de atividades essenciais o setor de construção civil. O presidente Jair Bolsonaro já tinha anunciado a assinatura, após reunião com empresários no STF. O decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial da União ontem à tarde, inclui também as atividades industriais como essenciais, mas faz a ressalva de que, nesse caso, desde que “obedecidas as determinações do Ministério da Saúde”.

Mais cedo, o presidente disse que está fazendo isso para que alguns setores da economia possam funcionar durante a pandemia.

A lista das atividades consideradas essenciais está definida pelo Decreto 10.282, de 20 de março, o primeiro ato editado sobre o tema, definindo serviços públicos e atividades que deveriam ter resguardado o exercício e funcionamento por serem considerados “indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população”. (Emilly Behnke e Lorenna Rodrigues - Estadão Conteúdo)