Dólar fica abaixo de R$ 5 na 1ª vez desde março
Moeda norte-americana fechou semana com queda de 6,5%. Crédito da foto: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas
Em mais um dia de alívio nos mercados internacionais, o dólar fechou abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde março. A bolsa de valores ultrapassou os 94 mil pontos e encerrou no nível mais alto em três meses.
O dólar comercial encerrou o dia de ontem vendido a R$ 4,9909, com recuo de 2,73%. A cotação operou em queda durante toda a sessão e fechou no menor nível desde 13 de março (R$ 4,813). Na mínima do dia, por volta das 12h30, chegou a atingir R$ 4,94.
A moeda norte-americana fechou a semana com queda de 6,52%. Essa foi a maior queda semanal para o dólar desde outubro de 2008. Em 2020, a divisa acumula alta de 24,29%.
Nesta sexta-feira, o peso determinante para o enfraquecimento do dólar no Brasil e perante países emergentes em geral foi o cenário externo, após a surpresa com o relatório de emprego dos Estados Unidos, mostrando criação de 2,5 milhões de vagas em maio enquanto Wall Street previa fechamento de mais de 8 milhões de postos de trabalho.
A surpresa com o relatório de emprego dos EUA estimulou busca por ativos de risco mundialmente e as bolsas subiram na Europa e em Nova York.
“O relatório de emprego de maio foi uma surpresa positiva dramática”, afirma o diretor do Credit Suisse, Jeremy Schwartz, alertando que o número, apesar da euforia causada nos mercados, pode não representar uma tendência. O presidente da gestora AZ Quest, Walter Maciel, avalia que o exterior positivo combinado com uma trégua política ajudou a melhorar os preços dos ativos brasileiros.
No cenário externo, a perspectiva é de que a China vai voltar a crescer e seguir comprando minério de ferro e alimentos do Brasil, o mesmo paras as economias dos EUA e na Europa, todos parceiros comerciais importantes do Brasil.
Ações
No mercado de ações, o dia foi marcado pelo otimismo com o exterior. O Ibovespa, índice da B3 (bolsa de valores brasileira), fechou o dia aos 94.637 pontos, com ganho de 0,86%. O índice está no maior nível desde 6 de março, quando tinha fechado próximo aos 98 mil pontos.
O Ibovespa seguiu o mercado norte-americano. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou a sexta-feira com forte alta de 3,15%. Apesar dos protestos antirracistas nos Estados Unidos, os investidores reagiram à queda do desemprego nos Estados Unidos, cuja taxa caiu de 14,7% em abril para 13,3% em maio.
Há vários meses, mercados financeiros em todo o planeta atravessavam um período de nervosismo por causa da recessão global provocada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus. Nos últimos dias, os investimentos têm oscilado entre possíveis ganhos com o relaxamento de restrições em vários países da Europa e em regiões dos Estados Unidos e contratempos no combate à doença. (Agência Brasil e Estadão Conteúdo)