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Desemprego diminuiu no último trimestre de 2020

27 de Fevereiro de 2021 às 00:01

Desemprego diminuiu no último trimestre de 2020 Taxa de desocupação teve pequeno recuo no final do ano. Crédito da foto: Erick Pinheiro / Arquivo JCS (11/7/2018)

Meses depois do choque inicial provocado na economia pela pandemia de Covid-19, o mercado de trabalho permanece como um grande desafio para a recuperação da atividade econômica em 2021. Houve ligeira melhora na reta final de 2020, em linha com a tradicional geração de vagas temporárias para as festas de fim de ano, mas ainda insuficiente para absorver toda a população em busca de renda e oportunidade. A taxa de desemprego média anual saltou de 11,9% em 2019 para um ápice de 13,5% em 2020.

Os maiores baques foram em comércio (-1,702 milhão de vagas, em média), serviços domésticos (-1,198 milhão de trabalhadores) e alojamento e alimentação (-1,172 milhão). Todos os três setores bateram recordes de demissões. A indústria também demitiu em massa, alcançando quase um milhão de vagas extintas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada desde 2012 pelo IBGE.

A taxa de desemprego encerrou o quarto trimestre aos 13,9%, pior resultado para o período desde o início da série histórica. Em relação à mesma época do ano anterior, foram perdidos 8,4 milhões de postos de trabalho. O País tem quase 14 milhões de desempregados. Se considerados todos os subutilizados, que incluem os desalentados e subempregados, está faltando trabalho para mais de 32 milhões de brasileiros.

Houve melhora, porém, ante a taxa de desemprego de 14,1% registrada no trimestre encerrado em novembro.

“A taxa divulgada hoje (ontem) é para ser celebrada diante dos números anteriores, mas o cenário ainda é complicado. Devemos ter uma recuperação extremamente lenta no primeiro semestre deste ano e no segundo semestre ainda estaremos às voltas com o processo de vacinação e o presidente (Jair Bolsonaro) totalmente focado na eleição de 2022”, projeta Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.

“Para o início deste ano, a expectativa é de crescimento ainda moderado do ritmo e da qualidade da retomada do mercado de trabalho. Os limites estão associados à recente renovação das medidas de isolamento social, ao lento início da vacinação, e ao fim das políticas de incentivo fiscal e monetário às famílias e empresas. Como o mercado de trabalho deve ser insuficiente para absorver os atuais inativos, deve haver aumento da taxa de desocupados”, diz Lucas Assis, analista da Tendências Consultoria Integrada.

A recuperação do mercado de trabalho demandará tempo e dependerá da evolução da pandemia do novo coronavírus, avalia Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Foram perdas muito profundas. Reverter esse quadro vai demandar não só tempo, mas o que vai acontecer ao longo desse tempo: como as atividades econômicas vão operar e as questões do controle sanitário.” (Daniela Amorim, Gregory Prudenciano - Estadão Conteúdo)