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Desemprego atinge 30% dos mais pobres

28 de Abril de 2020 às 00:01

Desemprego atinge 30% dos mais pobres Falta de trabalho aumenta. Crédito da foto: Arquivo / Agência Brasil

Pesquisa feita pela consultoria alemã Roland Berger, indicou que 30% dos entrevistados -- na faixa de renda de até um salário mínimo -- dizem já ter, pelo menos, uma pessoa sem emprego em casa por causa do coronavírus. “Quanto menor a renda, maior o impacto da crise sobre essa população mais vulnerável”, afirma Marcus Ayres, sócio da consultoria e um dos responsáveis pela pesquisa.

Segundo ele, o resultado reflete o efeito da crise nos pequenos negócios, que concentram os empregos de menor renda. É um efeito em cascata: a lojinha do bairro fecha as portas, deixa de faturar e demite o balconista, que para de consumir, explica ele. O levantamento, segundo o executivo, ouviu 700 pessoas em todo o País nas primeiras semanas de quarentena. “A cada dia que passa a deterioração nos indicadores piora.”

No cenário do economista da Tendências Consultoria Integrada, Thiago Xavier, a deterioração do mercado de trabalho é perversa e rápida. No início da quarentena, ele previa desemprego de 12,9% ao final deste ano, num cenário básico, e de 14,1% num cenário pessimista. Nos últimos dias, o cenário pessimista virou o cenário básico e nada garante que as projeções não possam piorar.

Segundo Xavier, o quadro traçado prevê aumento das demissões, dos desalentados e dos vulneráveis. A previsão leva em conta exatamente a participação dos pequenos negócios no mercado de trabalho. “Cerca de 50% dos ocupados (ou 40 milhões de pessoas) estão em empresas com até cinco funcionários”, diz o economista. Desse total, 72% estão na informalidade. (Renée Pereira - Estadão Conteúdo)