Covid-19 mascara dados de desemprego
Crédito da foto: Arquivo Agência Brasil
O avanço da Covid-19 no Brasil já provocou um efeito devastador no mercado de trabalho. Os dados do IBGE apontam que o desemprego saltou de 11,2% no trimestre até janeiro para 12,6% em abril. Mas, segundo projeção do Itaú Unibanco, o número é, na verdade, bem pior.
As medidas de distanciamento social impostas para se tentar limitar o avanço da doença têm reduzido o nível de procura por trabalho, fazendo com que o desemprego pareça menor do que é.
Já com ajustes sazonais, a taxa de desocupação, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, era de 12,1% no trimestre até abril. Segundo análise da equipe de macroeconomia do Itaú Unibanco, na verdade, o desemprego estaria em 16%.
“Os dados mostram a destruição de emprego informal e formal, mas isso não significa elevação da taxa de desemprego”, lembra Luka Barbosa, economista do Itaú Unibanco. “Para que alguém seja considerado desempregado, precisa estar procurando colocação ou estar disponível para trabalhar. E o isolamento social prejudica dimensionar esse número.” Além disso, o início do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, para trabalhadores desempregados e informais de baixa renda, reduziu a procura por trabalho. (Douglas Gavras - Estadão Conteúdo)