Atualmente são 6.750 condomínios na cidade, 4.699 horizontais e 2.051 verticais. Crédito da foto: Manuel Garcia (4/12/2020)

Os condomínios representam uma fatia importante do mercado de trabalho formal de Sorocaba. São mais de 6.500 na cidade. Esses condomínios, como estimativa, geram cerca de 35 mil empregos, em se tratando das atividades internas e efetivas, como portaria, segurança, jardinagem e trabalhos domésticos, sem contar a mão de obra da construção civil. Ainda não estão na conta os empregos gerados fora deles, como no setor de serviços. Falando de futuro, há ainda diversos investimentos previstos para o setor, com a inauguração de novos empreendimentos em Sorocaba, consolidando a cidade como um dos maiores berços do condomínios do Estado de São Paulo.

“É um número expressivo para Sorocaba. Também é importante porque atrai novas empresas. O fato de morar em condomínios se torna um atrativo para que elas escolham a cidade. Por isso, várias empresas acabam optando por Sorocaba”, comenta economista Geraldo de Almeida. “Acaba sendo uma atração pela qualidade de vida e de segurança”, acrescenta. “Um dos pontos mais interessantes se referem às crianças. Você volta a ter as brincadeiras de rua que em muitos locais deixaram de existir”, lembra.

Geraldo de Almeida, economista, vê boas oportunidades. Crédito da foto: Cruzeiro FM

Ainda segundo o economista, muito pode ser feito a partir da opção de morar em um condomínio. “Há a possibilidade, por exemplo, do compartilhamento para o transporte escolar, para ir ao trabalho. Ajuda na questão da mobilidade, do uso racional da energia”, explica. Para Geraldo de Almeida, os condomínios ainda são fatores de oportunidades para a cadeia produtiva, incluindo o pequeno comércio. Ele lembra da necessidade constante de qualificação profissional para os pessoas que atuam no setor.

“Sem dúvida é um setor muito importante e com perspectivas muito boas. Como a construção civil está retomando aos poucos, as contratações tendem a voltar. O setor de serviços é o setor que mais está sentindo a pandemia e aos poucos ele tende a retornar as contratações”, lembra o também economista Renato Garcia.

O aparecimento de mais condomínios na cidade é uma tendência, diz Garcia. “Por conta de certa conveniência e segurança. As pessoas acabam se fechando mais. Porém, numa ótica urbanista, isso é muito ruim. A cidade deve ser vivida. A população deve ser cada vez mais incentivada a ‘usar’ a cidade, os locais públicos, parques, ruas etc. O setor público, por exemplo, tem que criar mais incentivos nesse sentido. Grandes cidades em todo o mundo fazem isso”, pondera.

Números

Sorocaba conta com 6.750 condomínios, sendo 4.699 horizontais e 2.051 verticais. Eles estão divididos geograficamente da seguinte forma: a região norte é a com maior número -- 1.491, sendo 1.250 horizontais e 241 verticais. Na sequência, aparece a região oeste, com 1.426, sendo 918 horizontais e 508 verticais. Já a região noroeste tem 1.113, com 1.002 horizontais e 111 verticais. Na sudeste há 878, com 620 condomínios horizontais e 258 verticais.

No caso da região sul, são 776, com 237 horizontais e 539 verticais. O Centro tem 478 -- 189 horizontais e 289 verticais. A região central é seguida pela nordeste, com 449, sendo 377 horizontais e 72 verticais. Há ainda a região leste, com 129 (99 horizontais e 30 verticais). Fecha a lista por região, a sudoeste, com 10 condomínios, sendo sete horizontais e três verticais.

Avaliação

“A concentração de moradias migrou para condomínios verticais e horizontais. Isso faz com que a economia local seja movimentada e fortalecida, trazendo recursos regionalizados. E também cria-se um comércio informal entre os condôminos, pois há uma troca de serviços e produtos entre eles”, comenta Junior Alves, gerente de vendas da Mendes Ortega, uma das maiores empresas da região na venda de imóveis, incluindo em condomínios.

Junior Alves, da Mendes Ortega: dinamismo no mercado. Crédito da foto: Fábio Rogério (11/12/2020)

A empresa participa na comercialização dos lançamentos, todos concentrados em condomínios. De acordo com ele, para o ano que vem, a estimativa de que mais de 20 lançamentos contem com a participação da Mendes Ortega. “O setor continuará em crescimento, porém os condomínios terão mais lazer e serviços agregados, pois essa é a tendência do momento. E houve uma aceleração em razão da pandemia de Covid-19”, considera.

“Os empreendimentos com clube e serviços integrados tornaram-se mais atraentes aos olhos dos compradores, isso é fato. O fator segurança também faz parte da decisão do cliente por optar pelos condomínios”, lembra Alves. Ainda conforme ele, esse cenário, pela experiência da empresa, é algo que em Sorocaba é mais forte que em outras cidades. “Sorocaba é o centro de novos lançamentos na região metropolitana. Outro fator importante, é que estamos próximos da capital paulista e de Campinas, impulsionando uma migração forte de pessoas que procuram moradias no interior, tanto pelo preço do metro quadrado, que é mais vantajoso, quanto pela tranquilidade.

Junior Alves ainda lembra que é preciso ser dinâmico no mercado, levando em consideração vários fatores, incluindo a faixa de preço. “A Mendes Ortega comercializa todas as faixas, ou seja; desde os produtos voltados para a Casa Verde e Amarela quanto para empreendimentos de médio e alto padrão. Temos uma diversificação muito grande de produtos, com todos os tipos de lançamentos”, observa. (Marcel Scinocca)