O feijão subiu 23% em dezembro enquanto o leite baixou 13%. Crédito da foto: Emidio Marques

A cesta básica sorocabana teve aumento de 4,03% ao longo de 2018, índice que está acima da inflação medida pelo IPCA-15 (3,86%) no mesmo período. De acordo com a pesquisa realizada pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso), em dezembro de 2017 os 34 itens custavam R$ 563, enquanto em dezembro de 2018 chagaram a R$ 586,19.

No decorrer do ano passado, os primeiros meses foram de quedas ou aumentos tímidos. A variação em janeiro foi de 0,61%, em fevereiro -2,87%, março 0,54% e abril -0,71%. Uma tendência de alta acentuada, no entanto, marcou maio (2,20%) e junho (6,29%), quando foi registrada a maior alta do ano. O principal motivo para esse aumento foi o desabastecimento no final de maio, por causa da paralisação dos caminhoneiros.

Em seguida, nova tendência de queda ocorreu nos meses de julho (-3,29%), agosto (0,5%) e setembro (-0,54%), sendo interrompida em outubro (1,48%). O resultado de novembro registrou novamente uma queda no preço da cesta básica (-0,39%). Em dezembro, a cesta básica voltou a apresentar alta (1,83%).

A pesquisa aponta que o aumento do preço da cesta básica em dezembro foi no sentido contrário ao resultado medido pelo índice de inflação (IPCA-15), que apresentou queda de -0,16%. Segundo o levantamento, isso indica que os produtos que compõem a cesta básica ficaram em média mais caros, ao passo que os bens e serviços em geral na economia tornaram-se em média mais baratos.

No mês

O preço da cesta básica sorocabana em dezembro de 2018, quando comparado com o mês anterior (novembro/2018), apresentou um aumento de 1,83%, passando de R$ 575,66 para R$ 586,19, ou seja, R$ 10,52 pagos a mais pelo consumidor.

Os produtos que tiveram as maiores altas de preços foram a batata (77,59%), cebola (26,41%), feijão (23,65%), sal (5,67%) e o sabão em barra (4,9%). A falta de chuva prejudicou o cultivo de batata e cebola, reduzindo a oferta. Quanto ao feijão, houve redução das áreas plantadas por causa do preço estável que desestimulou agricultores.

Os produtos que apresentaram as maiores quedas foram o leite longa vida (-13,03%), ovos (-7,77%), alho (-5,57%), salsicha (-3,12%) e arroz (-2,86%).

Economia

Maria Aparecida pesquisa preços e substitui produtos. Crédito da foto: Emidio Marques

Nos corredores dos supermercados, os consumidores avaliam as oscilações de preços. “Subiu muito”, comenta a vendedora Maria Aparecida Soriano Moreno, 54 anos. Ela acredita que uma boa forma de economizar e poupar o bolso é pesquisar os locais com os itens mais baratos e fazer trocas de um produto por outro. “Tem que procurar, pesquisar. Se uma coisa está cara, substituir”, indica.

Para algumas pessoas alta pesa mais, diz Daniel Jamas. Crédito da foto: Emidio Marques

Daniel Jamas, 74, lembra que a alta de preços dos alimentos atinge os consumidores de formas diferentes. “Para algumas pessoas pesa mais. Para outras pode pesar menos”, diz. Ele avalia que o aumento, próximo da inflação do período, já era esperado. (Priscila Fernandes)