Cesta básica em Sorocaba sobe pela quarta vez no ano e chega a R$ 616
O problema, segundo José Eduardo, é que itens como cebola (a grande vilã) e tomate não têm como ser substituídos. Crédito da foto: Fábio Rogério
O preço da cesta básica de alimentos em Sorocaba apresentou elevação de 1,43% em abril, reforçando a tendência de alta verificada no final de 2018, segundo boletim mensal divulgado pela Universidade de Sorocaba (Uniso). Com esse resultado, a cesta básica sorocabana registra a sua quarta elevação consecutiva no ano, acumulando alta de 5,21% em 2019. Em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 1995, apenas em 2010 e 2003 houve alta da cesta básica nos quatro primeiros meses do ano, evidenciando assim a atipicidade do que está ocorrendo.
De acordo com a pesquisa, o valor da cesta de abril é de R$ 616,69 e este é também o maior patamar na série histórica do levantamento. A alta de 1,43% foi superior ao índice de inflação oficial (IPCA-15), que subiu 0,72%. Isso indica que os produtos de consumo básico que compõem a cesta básica subiram, em média, muito mais que os preços em geral na economia.
A elevação de 1,43% de abril de 2019, quando comparado com o mesmo mês do ano anterior (abril/2018), teve um aumento de 12,18%, ou seja, R$ 66,98 pagos a mais pelo consumidor. Quando comparado com o mês anterior (março/2019), o preço da cesta apresentou um aumento de 1,43%, passando de R$ 608,01 para R$ 616,69, ou seja, R$ 8,68 pagos a mais pelo consumidor.
Os grupos de bens que compõem a cesta básica sorocabana apresentaram, em abril de 2019, as seguintes variações de preço em relação ao mês anterior: alimentação (1,13%), limpeza (1,81%) e higiene pessoal (3,93%). Os produtos que mais contribuíram para esse aumento foram: a carne de segunda, a cebola, o papel higiênico, o leite longa vida e o sabonete.
Cebola é a vilã
Dos 34 itens pesquisados na cesta básica sorocabana, 22 deles apresentaram alta no preço. Entre os itens que apontaram maior alta está a cebola (23,51%), passando de R$ 3,36/kg em março para R$ 4,15/kg em abril. O principal motivo para tal alta se deve à oferta nacional reduzida devido ao período de entressafra na região Sul e às chuvas no Nordeste, que prejudicaram a qualidade dos primeiros bulbos, resultando em baixa qualidade da cebola colhida.
O consumidor está atento aos preços. O problema, segundo o servidor público estadual José Eduardo Pusinhol, de 43 anos, é que itens como cebola e tomate não têm como ser substituídos pela dona de casa. O motorista Mauro Barbosa, de 43 anos, disse que o preço dos alimentos “está alto, não está muito baixo, não”. E projetou: “Preço preocupante, vamos ver se melhora.”
O motorista Mauro Barbosa considera que o preço dos alimentos “está alto, não está muito baixo, não”. Crédito da foto: Fábio Rogério
Cotado a R$ 6,27/(pacote de 8 unidades.), o papel higiênico também está entre os produtos que apresentaram as maiores altas de preços em abril (12,97%). Tal resultado foi a maior alta desde 1995, quando iniciou-se a pesquisa da cesta básica. Ao que tudo indica, o principal motivo para isso foi a elevação do preço da celulose, considerado o principal insumo do papel higiênico. (Carlos Araújo)
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