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Caixa libera crédito para pequena empresa

17 de Junho de 2020 às 00:01

Caixa libera crédito para pequena empresa Guimarães: oferta ampliada. Crédito da foto: Wilson Dias / Arquivo ABR

A Caixa Econômica Federal iniciou ontem a oferta de empréstimos a micro e pequenas empresas por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), uma das apostas do governo Bolsonaro para destravar os empréstimos neste segmento. O banco público terá orçamento de R$ 3 bilhões para operar a linha, mas pode ampliá-lo caso haja demanda, conforme o presidente da instituição, Pedro Guimarães.

“O segmento de microempresas era pouquíssimo atendido antes da pandemia. Essa é uma consequência construtiva da resposta do governo e da Caixa para a crise que aconteceu”, disse o executivo, em transmissão pelas redes sociais, realizada ontem à tarde.

A Caixa já empresou R$ 7 bilhões para as micro e pequenas empresas na crise, informou Guimarães. Desse volume, mais de R$ 1 bilhão foram concedidos por meio da parceria com o Sebrae.

A adesão ao Pronampe, de acordo com ele, vai permitir que a oferta de crédito seja ampliada a um maior número de empresas. Isso porque a linha resolve uma das principais dificuldades dos pequenos negócios, que é a garantia para obter crédito. No caso do Pronampe, o Fundo de Garantia de Operações (FGO), administrado pelo Banco do Brasil, vai cobrir até 85% de eventual inadimplência dos empréstimos.

O programa é voltado a empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões. Desde ontem, para aquelas que optam pelo Simples Nacional. A partir do dia 23 de junho, o crédito começa a ser disponibilizado para empresas não optantes pelo Simples Nacional. Já no dia 30 de junho, os microempresários individuais, os MEIs, já poderão solicitar os recursos na Caixa.

A taxa de juros dos empréstimos será equivalente a Selic mais 1,25% ao ano. O patamar cobrado, conforme o presidente da Caixa, é inédito no País. “Essa taxa era do crédito mensal. Ter uma taxa de 4,25% ao ano, eu nunca vi”, disse ele.

Apesar de a taxa ser baixa para os tomadores, do lado do banco, conforme o presidente da Caixa, a rentabilidade das operações é possível diante da garantia do FGO e uma menor exigência de capital por parte do Banco Central. Esse era, inclusive, uma das demandas dos bancos para operar o Pronampe.

Guimarães afirmou que o objetivo da Caixa com o Pronampe não é só “ganhar dinheiro” com a linha, mas se aproximar das micro e pequenas empresas. Na mira do banco, está o pós-crise. Os bancos que estiverem próximos das empresas neste momento “tão grave”, de acordo com o presidente da Caixa, poderão abocanhar parte relevante dos negócios dessas empresas depois que a pandemia passar. (Aline Bronzati - Estadão Conteúdo)