Brasileiros aumentam depósitos na poupança em outubro
Captação líquida foi de R$ 7 bilhões em outubro. Crédito da foto: Marcos Santos / USP Imagens
Ainda sob os efeitos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, as famílias brasileiras fizeram mais depósitos do que saques na caderneta de poupança no mês passado. Dados do Banco Central mostram que, em outubro, os depósitos líquidos somaram R$ 7,017 bilhões. Este é o maior volume de depósitos líquidos para um mês de outubro, em valores nominais, em toda a série histórica do BC, iniciada em 1995.
O mês de outubro também foi o oitavo consecutivo em que houve registro de depósitos líquidos. No ano até outubro, a poupança acumulou depósitos líquidos de R$ 144,227 bilhões. Em março, quando a pandemia do novo coronavírus fez com que o isolamento social se intensificasse, com reflexos sobre a atividade econômica, as famílias haviam depositado R$ 12,169 bilhões líquidos na poupança.
Esta corrida para a caderneta é justificada pela postura das famílias em relação à crise e pelas ações do governo para manter a renda da população.
O pagamento do auxílio emergencial à população de baixa renda nos últimos meses contribuiu para o aumento dos depósitos na poupança, conforme o BC.
Chama a atenção o fato de que a poupança vem recebendo depósitos líquidos nos últimos meses a despeito de sua rentabilidade estar cada vez menor. Atualmente, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros). A Selic, por sua vez, está em 2,00% ao ano, no menor patamar da história. Na prática, a remuneração atual da poupança é de 1,4% ao ano.
Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). (Sandra Manfrini - Estadão Conteúdo)