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Bolsa se recupera mais rápido do que previsto

11 de Julho de 2020 às 00:01

Bolsa se recupera mais rápido do que previsto Números demonstram reação à crise causada pela Covid. Crédito da foto: Agência Brasil

O Ibovespa subiu ontem 0,88% e rompeu a barreira dos 100 mil, dando continuidade ao ritmo de recuperação após os impactos causados pela pandemia de coronavírus. Ao encerrar a semana em 100.031,83 pontos, o principal índice da Bolsa brasileira cresceu 57,4% desde que caiu para os 63.570 mil pontos em 23 de março, menor patamar em 2020. Especialistas avaliam que o momento é favorável para o mercado acionário e que a retomada de níveis pré-Covid-19, por volta dos 120 mil pontos, é questão de tempo.

Para o analista de research da Ágora Investimentos, Ricardo França, a ultrapassagem dessa barreira não gera grandes repercussões para os investimentos, do ponto de vista de análise, mas tem uma importante carga simbólica no atual contexto de crise. “O investidor não deve se pautar apenas por essa informação, mas é uma marca expressiva, ainda mais com o momento que a gente está vivendo”, afirma.

Segundo o especialista, a recuperação foi mais rápida do que o previsto, muito em função dos dados econômicos que, em geral, têm surpreendido positivamente para a retomada.

Confiança

O que faz o Ibovespa crescer? O começo da semana trouxe ânimo ao mercado brasileiro, puxado principalmente pela alta histórica na bolsa da China. Mas é consenso entre analistas ouvidos pelo E-investidor que o crescimento do principal índice da Bovespa se sedimenta mesmo na lenta porém gradual tentativa de retomada da Economia. Com o cenário econômico a caminho da estabilidade, cresce também a confiança entre os investidores.

Para Rodrigo Moliterno, sócio da Veedha Investimentos, o rompimento dessa barreira mostra que o mercado continua em uma tendência de recuperação, impulsionado pela reabertura e pela maior liquidez com a injeção de bancos centrais para reavivar as economias. “O nível de taxa de juros bastante baixo também acaba sendo um outro atrativo para o mercado acionário”, lembra o especialista.

Para este processo de recuperação da confiança na bolsa, o economista Álvaro Villa, da Messem Investimentos, avalia que o País conseguiu dissipar os principais riscos de uma possível “quebra”: a desinformação sobre Covid-19 e a crise institucional

Em relação à doença que já matou mais de 1,6 milhão de pessoas no mundo, Villa explica que o pânico que levou a uma queda no índice se deveu principalmente à falta de informações. Contudo, ele avalia que mesmo as pequenas e iniciais descobertas sobre contágio, prevenção e até tratamento, com testes realizados para se chegar em uma vacina eficaz, iluminam o universo de incertezas entre os investidores. (Agência Brasil - Estadão Conteúdo)