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Balança tem superávit de US$ 5,47 bilhões em outubro

04 de Novembro de 2020 às 00:01

Balança tem superávit de US$ 5,5 bi em outubro No ano, exportações superaram as importações em US$ 47,6 bi. Crédito da foto: Tânia Rego / Arquivo Agência Brasil (3/2/2020)

Com o dólar caro e a atividade econômica ainda em recuperação, as importações brasileira voltaram a cair em outubro, enquanto as vendas para o exterior mantiveram um ritmo estável em relação a mesmo mês do ano passado. Com isso, a balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 5,473 bilhões, o segundo melhor resultado para o mês na história, só atrás de outubro de 2018.

No ano até outubro, a diferença entre as exportações e as importações já soma US$ 47,662 bilhões ante US$ 38,524 bilhões no mesmo período de 2019. A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia estima um saldo comercial positivo de US$ 55 bilhões em 2020.

Em valores absolutos, as exportações somaram US$ 17,855 bilhões em outubro e as importações ficaram em US$ 12,383 bilhões. Enquanto a média diária dos embarques para fora do País cresceu 0,3% em relação a outubro do ano passado, as compras diárias do exterior caíram 20%.

O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do ministério, Herlon Brandão, vê uma recuperação gradual nas importações, cuja média diária ficou em US$ 619,1 milhões no mês passado. “Apesar dessa nova queda em outubro, a trajetória das importações é ascendente desde junho, quando a média diária foi de US$ 497,6 milhões.”

Para Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama Investimentos, os números divulgados ontem reforçam a avaliação de que o Brasil não experimenta uma retomada em “V”, e sim algo com o que se convencionou chamar de “V da Nike” -- ou seja, uma trajetória mais lenta de retomada em direção ao nível de antes da pandemia, assemelhando-se graficamente ao logo da marca americana.

Do lado das exportações, o desempenho estável foi assegurado pela indústria extrativa, que teve alta de 7,2%, enquanto as vendas da indústria de transformação aumentaram 4,7%. Por outro lado, a agropecuária teve um recuo de 20,6% na média diária. Brandão destacou a recuperação nos preços do minério de ferro com a alta demanda asiática. “Açúcar, etanol, celulose, carne suína também cresceram, assim como aeronaves e veículos de passageiros.”

Embora a entressafra da soja tenha reduzido os embarques para a China em outubro, o país asiático continua sendo o principal destino das exportações brasileiras, chegando a 48,3% do total de vendas para o exterior de janeiro até o mês passado. No mesmo período de 2019, a fatia chinesa era de 40,9%. A China continua sendo o principal destino das exportações, com alta de 10,2% no ano até outubro.

Já as exportações para os EUA caem 29,6% no ano, mas queda já foi menor em outubro, de cerca de 15%, acrescentou Brandão. A participação dos EUA como destino dos produtos brasileiros caiu de 13,1% em 2019 para 9,8% de janeiro a outubro deste ano. (Estadão Conteúdo)