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Avanço da Covid na Europa e EUA derruba mercados

29 de Outubro de 2020 às 00:01

Avanço da Covid na Europa e EUA derruba mercados Dólar atingiu ontem o maior nível desde o dia 15 de maio. Crédito da foto: Jorge Araújo / Fotos Públicas (28/10/2020)

Uma nova onda de avanço da Covid na Europa e nos Estados Unidos provocou um forte estrago ontem nos mercados globais. As Bolsas de Valores americanas e europeias fecharam em quedas que passaram de 4%, a cotação do petróleo também recuou 5% e até o ouro teve queda de 1,71%.

O Brasil não escapou. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia com queda de 4,25%, aos 95.368 pontos, a maior baixa porcentual desde 24 de abril (-5,45%). O dólar chegou a ser cotado a R$ 5,79, recuou após uma intervenção do Banco Central, mas acabou voltando a subir e fechou em R$ 5,76 com alta de 1,39%. É o maior nível desde 15 de maio. O CDS brasileiro (credit default swap) de 5 anos do Brasil, um termômetro do risco país, subiu de 212 para 223 pontos.

Os mercados já vinham mostrando uma certa desconfiança com o ritmo de recuperação da atividade econômica global, por conta de uma segunda onda da Covid na Europa. Isso ontem ficou mais claro com anúncios de novos bloqueios na Alemanha e na França e cresceu o temor de que a atividade econômica fique enfraquecida por mais tempo.

O chefe de gestão e especialista em câmbio e moedas da Galapagos Capital, Sérgio Zanini, avalia que, com a proximidade da eleição presidencial nos Estados Unidos, na próxima terça-feira, a expectativa já era de que esta semana houvesse uma redução da exposição a ativos de risco no mercado internacional. Mas a aceleração de casos de Covid na Europa acabou antecipando esse movimento, provocando as fortes quedas em meio ao aumento do temor de piora da atividade global.

Na B3, nenhuma ação do Ibovespa fechou o dia em alta. Petrobras caiu 6% e os bancos também tiveram quedas expressivas. A CVC caiu 9,88% e a empresa área Azul perdeu 9,58%.

No mercado de câmbio, além do cenário externo, a pressão para desvalorização do real vai permanecer nos próximos meses, em meio ao aumento do risco fiscal do Brasil, a falta de reformas estruturais e o juro real negativo, avalia o banco Société Générale. A previsão é de que o dólar deve fechar 2020 em R$ 5,80. (Altamiro Silva Junior, Luís Eduardo Leal e Iander Porcella - Estadão Conteúdo)