Arrecadação federal tem melhor outubro desde 2016
Aumento real foi de 9,56% ante outubro do ano passado. Crédito da foto: Marcos Santos / Usp Imagens
A retomada da economia e os pagamentos de impostos que foram adiados pelo governo no auge da crise fizeram com que a arrecadação de tributos e contribuições federais alcançasse em outubro o melhor resultado para o mês desde 2016. O recolhimento de impostos somou R$ 153,9 bilhões, o que representa aumento real (descontada a inflação) de 9,56% ante outubro do ano passado.
Em relação a setembro deste ano, houve crescimento de 27,4% no recolhimento na arrecadação. Uma parcela dessa diferença corresponde ao retorno da cobrança de tributos federais -- PIS/Cofins e da contribuição patronal para a Previdência -- que foi adiada (ou diferida, no jargão do Fisco) para suavizar o fluxo de caixa das empresas afetadas pelo novo coronavírus.
Em agosto, os contribuintes quitaram pagamentos adiados de abril, tiveram um respiro em setembro e, em outubro, foi a vez dos pagamentos adiados referentes a maio. Apenas esse recolhimento somou R$ 16,252 bilhões no mês passado.
De acordo com a Receita, o comportamento da arrecadação de outubro também contou com uma alta real de 17,97% na arrecadação do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o lucro Líquido (CSLL), que chegou a R$ 31,889 bilhões.
O economista Alexandre Lohmann, da GO Associados, destacou que a arrecadação teria crescido em outubro na comparação anual mesmo sem o pagamento dos tributos adiados. “Isso significa que o período de queda importante da arrecadação agora está para trás. A arrecadação está no caminho de crescimento nominal e real com a retomada da atividade até o fim do ano.”
Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o resultado evidencia que a economia se recupera do tombo tomado na pandemia. “Temos, sim, um aumento sazonal da arrecadação por outubro ser um mês cabeça de trimestre, mas temos uma arrecadação mais forte que no ano passado”, disse o economista.
Ainda assim, a arrecadação federal somou R$ 1,180 trilhão de janeiro a outubro, o menor volume para o período desde 2010. (Estadão Conteúdo)