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Área de cultivo e pastagem cresce um 'Acre' em 11 anos

27 de Julho de 2018 às 15:39

No Mato Grosso, a área ocupada pela agricultura e pecuária foi ampliada em 12% . Crédito da foto: Divulgação / CNH

O Brasil aumentou em 16,5 milhões de hectares sua área de cultivo e pastagem nos últimos 11 anos, divulgou ontem o IBGE. Os dados constam de relatório preliminar do chamado Censo Agro 2017, que mapeou as características de pouco mais de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários no País. O relatório final será apresentado em julho do ano que vem.

Os 16,5 milhões de hectares a mais na produção no período são equivalentes a toda a área do Estado do Acre (ou Portugal Bélgica e Dinamarca juntas). Segundo o IBGE, os estabelecimentos agropecuários atualmente existentes no Brasil ocupam uma área total de 350 milhões de hectares, um aumento de 5% em relação ao observado em 2006.

Os números apresentados nesta edição podem ser comparáveis em alguns aspectos com os do último Censo Agro, ocorrido em 2006. Apesar de ter crescido em área, o País teve recuo, na mesma base comparativa, na quantidade de estabelecimentos agropecuários -- eram 5,17 milhões em 2006 e passaram a 5,07 milhões em 2017, numa queda de 2% ou 101 mil estabelecimentos.

A informação sugere que os produtores menores perderam espaço para os grandes, que têm maiores níveis de mecanização e, devido à escala da produção, conseguem operar a custos mais baixos.

Um dado que confirma isso é o aumento no número de estabelecimentos com 1.000 hectares. Na comparação de 2017 com 2006, houve aumento no volume e na área relativa a esse grupo. Dos 16,5 milhões de hectares de área total adicionada ao setor, 16,3 milhões de hectares eram referentes a estabelecimentos acima de 1.000 hectares. Os estabelecimentos de 100 a mil hectares reduziram sua participação no período -- respondiam por 33,8% da área total em 2006 e passaram a 32% em 2017.

No Nordeste, por exemplo, a área total ocupada pelos estabelecimentos agropecuários recuou em 9,9 milhões de hectares -- área equivalente ao estado de Pernambuco.

Segundo o coordenador do Censo Agro 2017, Antônio Carlos Florido, é preciso levar em conta algumas condições regionais.

No período de 11 anos em avaliação, o Nordeste teve secas em cinco deles. “Em casos como esses, de seca severa, os pequenos produtores tendem a encerrar suas atividades, enquanto os maiores produtores têm condição maior de resistir a esses efeitos”, disse Florido.

Estados da região Centro-Oeste tiveram aumento expressivo na área ocupada por estabelecimentos agropecuários. No Mato Grosso, por exemplo, eram 48 milhões de hectares em 2006 e passaram a 54 milhões em 2017, num aumento de 12,5%. (Lucas Vettorazo - Folhapress)

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