Buscar no Cruzeiro

Buscar

Ainda há 10 milhões de pedidos sem resposta por auxílio emergencial

03 de Julho de 2020 às 00:01

Ainda há 10 milhões de pedidos sem resposta por auxílio emergencial Governo pretende dividir repasse de duas parcelas adicionais. Crédito da foto: Marcello Casal Jr. / Arquivo Agência Brasil (7/4/2020)

O governo anunciou a prorrogação do auxílio emergencial por mais dois meses, como forma de minimizar os transtornos financeiros causados pela pandemia do coronavírus, mas ainda existem 8 milhões de pessoas na fila à espera do resultado de uma análise para receber o benefício -- passados 80 dias do início do programa. Outras 2 milhões dependem de reanálise pelo Ministério da Cidadania.

Os cálculos são da Rede Brasileira de Renda Básica, que critica a falta de transparência dos dados e o calendário de pagamento. Para a Rede, que reúne 162 organizações da sociedade civil, a estratégia do governo é “dar a sensação” de que a renda vai até dezembro, sem que seja necessário ampliar as parcelas. Isso porque o pagamento da 3ª parcela será concluído em setembro para quem faz aniversário no último mês do ano.

A expectativa da Rede é que governo alongue ao máximo o pagamento e que a 5ª parcela fique, na prática, para dezembro. Até agora, o governo não explicou exatamente como será o pagamento das duas parcelas adicionais de R$ 600. A ideia é dividir o repasse dentro dos dois meses adicionais.

Segundo a diretora de relações institucionais da Rede, Paola Carvalho, os que estão na reanálise receberam a 1ª parcela e entraram em análise novamente. Já são mais de 107 milhões de cadastros analisados, com 64,3 milhões de beneficiados (entre a 1ª, 2ª e 3ª parcelas) e 43 milhões de pessoas com benefício negado. “Muitas pessoas receberam a 1ª parcela e, depois, foram cortadas”, afirmou Paola.

A entidade entrou com uma representação no Ministério Público Federal solicitando medidas para assegurar os direitos das pessoas mais vulneráveis que não receberam o auxílio. A área econômica avalia que a divisão dos próximos pagamentos é uma medida para fazer uma transição mais suave para o fim do benefício.

Procurado, o Ministério da Cidadania informou que atualmente estão em análise na Dataprev 1.572.325 cadastros realizados no aplicativo e portal da Caixa, sendo 1.364.199 do período de 17 a 30 de junho. O ministério não detalhou os números. (Adriana Fernandes - Estadão Conteúdo)