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Sorocabano Giovani Tozi integra elenco de duas peças na capital

28 de Setembro de 2018 às 08:27

Sorocabano Giovani Tozi integra elenco de duas peças na capital Ao lado de Jô Soares, que além de atuar dirige o espetáculo, Tozi interpreta um oficial de justiça. Crédito da foto: Divulgação

Ator com carreira consolidada no teatro, o sorocabano Giovani Tozi está em cartaz com dois espetáculos na capital paulista: “A noite de 16 de janeiro”, com direção de Jô Soares, e a comédia dramática “Daqui ninguém me tira”, na qual divide o palco com Ataíde Acorverde.

O primeiro, adaptação da obra da filósofa russo-americana Ayn Rand, marca o retorno de Jô Soares aos palcos do teatro como ator após hiato de 11 anos e prossegue até 9 de dezembro no teatro Tuca, às sextas às 21h30, sábados às 21h e domingos às 19h. A montagem se passa em 1934 e encena o julgamento de um homicídio. Nesta peça de tribunal, Jô Soares é o juiz enquanto Tozi faz um meirinho, uma espécie de oficial de justiça.

O Tribunal do Júri é apresentado ao caso de Andrea Karen, ex-secretária e amante do empresário Bjorn Faulkner, acusada de seu assassinato. Os jurados e a plateia devem confiar nos testemunhos das personagens para decidir se Andrea é culpada ou inocente. O final do espetáculo dependerá deste veredicto. Além de integrar o elenco auxiliando o juiz, inclusive na decisiva contagem dos votos, Tozi também assina a ficha técnica como assistente dramaturgia.“O Jô me ligou me fez esse convite duplo. Foi um enorme presente e um prazer participar, porque eu estudei exatamente o teatro dele no mestrado e estou desenvolvendo o doutorado também sobre a obra dele”, comenta Giovani, que já havia sido dirigido por Jô em 2016, em “Tróilo e Créssida”, de William Shakespeare.

O ator sorocabano destaca que a peça interativa, na qual a plateia participa como júri, é representada justamente em um momento em que o poder judiciário “tem ganhado maior visibilidade”, especialmente por julgamentos de grande repercussão transmitidos ao vivo pela televisão. “É uma peça que o tempo todo provoca o público e coloca ele no papel de decidir o destino dela [Andrea]. São dois finais diferentes, dependendo do veredicto”, diz.

O elenco conta ainda com Cassio Scapin, Erica Montanheiro, Felipe Palhares, Guta Ruiz, Luciano Schwab, Kiko Bertholini, Marco Antônio Pâmio, Mariana Melgaço, Milton Levy, Nicolas Trevijano, Norival Rizzo, Paulo Marcos, Ricardo Gelli e Tuna Dwek.

Comédia

Paralelamente à “A noite de 16 de janeiro”, Giovani Tozi acaba de estrear no Teatro Porto Seguro a comédia dramática “Daqui ninguém me tira”, da qual também assina a produção. Ao lado do veterano ator Ataíde Acorverde, a peça coloca em cena, sem tomar partido, conflitos geracionais, de visão de mundo “retrógradas” e “politicamente corretas”.

A peça conta a história de um senhor conhecido como Veludo (Ataíde). Ele trabalhou por anos numa antiga companhia teatral, provavelmente de teatro de revista, com vedetes com trajes sensuais. Os anos se passaram e com a chegada dos anos 60, com a aceleração da marcha do “emponderamento feminino”, a companhia teatral naufragou e seus cenários e figurinos foram guardados num galpão. E quando a especulação imobiliária quer ocupar esse espaço, começa o conflito -- segundo Tozi, o “start” para que os personagens levem à plateia questões polêmicas que estão fervilhando no nosso dia-a-dia. Esta primeira temporada de “Daqui ninguém me tira” fica em cartaz até 11 de outubro às quartas e quintas, às 21h.

A montagem foi viabilizada por meio de projeto contemplado em 2017 no Prêmio Zé Renato de Teatro, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, que teve Giovani Tozi como proponente. Responsável também pelo argumento da peça, o artista sorocabano convidou a destacada dramaturga Noemi Marinho para desenvolver a narrativa. “Queria que a peça fosse uma fotografia dos tempos em que vivemos atualmente. Muitas companhias estabelecidas estão perdendo a sede e também tem essa tensão entre dois universos, dois ‘Brasis’, com visões tão diferentes. A peça não toma partido, não existe certo ou errado, mas é uma reflexão interesante para a gente refletir sobre quando as coisas começaram a degringolar”, afirma. (Felipe Shikama)