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Sorocaba recebe Alceu, Elba e Geraldo

04 de Abril de 2019 às 22:07

Sorocaba recebe Alceu, Elba e Geraldo O show que chega hoje à cidade é baseado no álbum homônimo, gravado ao vivo em 2016. Crédito da foto: Marcelo Ribeiro / Reprodução Facebook

Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo se reúnem nesta sexta-feira (5), a partir das 23h, no palco do Recreativo Campestre, para celebrar os 20 anos do projeto “O grande encontro”. O show é baseado no álbum homônimo, gravado ao vivo em 2016, em comemoração às duas décadas de um antológico momento da música popular brasileira, que resultou numa trilogia de discos que vendeu mais de três milhões de cópias.

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Diferente do show original, que possuía um formato acústico, o novo espetáculo incorpora uma sonoridade elétrica, mais percussiva e mais dançante. “A base do repertório é a mesma, mas tem uma roupagem diferente, mais contemporânea, com mais energia”, comenta Geraldo Azevedo, em entrevista concedida por telefone ao Mais Cruzeiro.

No repertório, dividido entre apresentação em trio e em duetos, além de momentos solo de cada um dos artistas, estão clássicos como “Anunciação”, “Dia branco”, “Morena tropicana”, “Moça bonita”, “Belle de Jour”, “Coração bobo”, “Táxi lunar”, entre outras. Zé Ramalho, que participou do primeiro Encontro, mas não sobe ao palco nesta edição, está presente nas canções interpretadas pela voz dos seus companheiros, por meio das músicas “Chão de giz” e “Frevo mulher”.

Geraldo Azevedo comenta que “O grande encontro” continua cativando fãs de diferentes gerações por se tratar de “um projeto muito carismático”. O cantor e compositor pernambucano revela que a união dos artistas, todos nordestinos e amigos de longa data, surgiu em 1996 por acaso -- e de forma totalmente despretenciosa. “Inicialmente, o Encontro seria só meu com o Zé Ramalho, um duo, cada um com um violão, mas quando a gente se apresentou no Rio de Janeiro a Elba e o Alceu estavam presentes. A gente chamou eles para subir no palco, foi um sucesso, daí o produtor teve a ideia [de ‘grande encontro’] e a coisa aconteceu”, relembra.

Após o sucesso do disco gravado ao vivo no Canecão, que vendeu mais de um milhão de cópias, os artistas lançaram “O grande encontro 2”, um álbum de estúdio, porém sem a participação de Alceu, que preferiu continuar com sua carreira solo. Já o disco que fecha a trilogia, também sem Alceu, foi lançado em 2000, também conquistou Disco de Ouro e teve participações especiais de Moraes Moreira, Lenine e Belchior. “É uma história muito grande. Agora, nos 20 anos, o Zé [Ramalho] preferiu não continuar, diz que a trilogia foi feita e acabou, mas a celebração desses vinte anos está sendo maravilhosa”, acrescenta Azevedo.

Ao longo de duas décadas muita coisa mudou, inclusive na música, mas tanto a obra atemporal quanto a carreira consagrada desses grandes nomes da música popular brasileira parecem seguir inabaladas. “É um orgulho ver que passamos por várias gerações diferentes e o público foi se renovando. Eu digo que a nossa história atravessou século, décadas e milênio”, complementa, entusiasmado.

No show de hoje, o trio estará acompanhado de uma banda formada por Marcos Arcanjo, Paulo Rafael (violões e guitarras), Ney Conceição (baixo), Meninão (sanfona), César Michiles (flauta), Anjo Caldas (percussão) e Cássio Cunha (bateria), com direção de André Brasileiro.

Movimento musical

Sorocaba recebe Alceu, Elba e Geraldo Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Alceu Valença também cantam músicas de Zé Ramalho, que participou do primeiro Encontro, mas não sobe ao palco nesta edição. Crédito da foto: Marcelo Ribeiro / Reprodução Facebook

Ao lado de Alceu Valença, Elba Ramalho, Zé Ramalho e de outros nomes como Fagner, Elomar, Xangai e Belchior, Geraldo Azevedo é integrante de um coletivo informal de cantores e compositores nordestinos que, há cerca de 40 anos, tem ajudado a formatar e a difundir a riqueza da música popular brasileira.

Seria, então, esse grupo responsável por um movimento musical, como a Bossa Nova, o Clube da Esquina ou a Tropicália? “Nunca pensei nisso. Acho que era tudo resultado do momento que a gente estava vivendo. Talvez tenha sido, sim, um movimento, mas faltou um título, um rótulo”, comenta.

O rótulo de “música nordestina”, no entanto, Azevedo considera um recorte limitador, já que a música produzida por ele e seus parceiros é muito rica e diversificada. Ele comenta que, quando é indicado a prêmios nacionais, seus trabalhos concorrem na “categoria regional”, enquanto fora do Brasil seus discos ocupam as prateleiras de “Wold music”. Rótulos à parte, é inegável a contribuição destes compositores para a música popular brasileira.

Paralelamente à turnê de “O grande encontro”, Geraldo Azevedo acaba de lançar em seu novo álbum em CD e DVD intitulado “Solo contigo”, no formato voz e violão que revisita sucessos da carreira e traz cinco faixas inéditas, incluindo “O amor antigramático”, poema de Mário Lago musicado por Geraldo Azevedo. O disco traz ainda “Pérola negra”, numa emocionada versão em homenagem a Luiz Melodia. “Apesar da minha história, eu estou sempre começando e a vontade e a motivação é a mesma. Meu trabalho é viajar, tocar, e mostrar a minha música. É uma comunhão com as pessoas que querem ouvir e eu sou apenas o meio”, complementa. (Felipe Shikama)

Serviço

“O grande encontro”, com Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo

Sexta (5), às 23h (portões abertos às 21h)

Recreativo Campestre (rua Francisco Paulo Braion, 650, Jardim Guadalajara)

Ingressos, disponíveis até o fechamento desta edição, custam entre R$ 60 (individual, meia-entrada) a R$ 900 (fila A) e estão sendo vendidos no site www.guicheweb.com.br.

Galeria

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