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Quatro décadas como incubadora de talentos

17 de Janeiro de 2020 às 00:01

A banda, que reúne sucessos como “Me abraça” e “Arerê”, nasceu de reuniões de um grêmio estudantil. Crédito da foto: Reprodução Facebook

 

A banda que teve início com membros de um grêmio estudantil, e pela qual passaram Daniela Mercury (foi backing vocal do grupo), Ivete Sangalo, Emanuelle Araújo e Saulo Fernandes, está percorrendo o País em clima de festa, pela comemoração de seus 40 anos.

A turnê Eva 4.0, liderada pelo vocalista Felipe Pezzoni, chega amanhã a Sorocaba no maior estilo “micareta”, com show em trio-elétrico, como o famoso Carnaval de Salvador. Atualmente, além dos seus sucessos, como “Alô paixão” e “Beleza rara”, “Me abraça”, “Arerê”, “Eva”, “Carro velho” e “Levada louca”, a banda faz releituras de músicas nacionais, mesclando diversos ritmos em suas apresentações.

Tudo começou na década de 1980, em Salvador, com uma história bem curiosa. O nome da banda, por exemplo, não tem nada a ver com o de uma mulher. Se você pensava que era uma referência à Eva, da bíblia, enganou-se durante anos. É apenas a abreviação do endereço de um dos membros do grêmio estudantil, o sítio de Ademarzinho: Estrada Velha do Aeroporto.

Foi durante uma das reuniões do grêmio estudantil, quando os membros aproveitavam para tocar, que foi decidido fundar um bloco carnavalesco. Os estudantes iriam se formar e não queriam perder o contato. A ideia era continuar se reunindo na Eva.

O bloco fez sucesso, cresceu e a banda veio para puxá-lo. Ao longos dos anos, estiveram à frente da Eva diversos vocalistas. O grupo é considerado uma incubadora de talentos e ajudou a revelar importantes nomes da música.

Com Ivete Sangalo, que permaneceu no posto por seis anos, a Eva saiu de Salvador para ganhar projeção nacional. Mas quando Ivete partiu para o solo, todos foram junto. Aliás, essa é outra característica da banda: ter um histórico de se refazer constantemente.

Outro vocalista que permaneceu por algum tempo liderando Eva foi Saulo Fernandes, que após 11 anos também partiu para carreira solo e novamente todo mundo foi junto. Desde 2013, é Felipe Pezzoni que conduz a Eva. Em entrevista ao Mais Cruzeiro, ele fala um pouco sobre sua carreira e a trajetória da banda. Confira, logo após a foto abaixo de Felipe.

Felipe Pezzoni está à frente da Banda Eva há sete anos e diz que ainda não pensa numa carreira solo. Crédito da foto: Divulgação

 

O Carnaval está chegando. Mais uma vez vem aquele ritmo frenético de apresentações. Li em uma reportagem que vocês chegam a uma média de 140 shows seguidos, como conseguem? O que fazem para aguentar essa maratona?

Sim, são muitos shows. Este ano também temos uma média de 140 shows para cumprir. É uma loucura, a gente tem de se cuidar mais, então nos preparamos como maratonistas mesmo. Temos uma equipe que nos prepara fisicamente e mentalmente. Contamos com acompanhamento médico, de fonoaudióloga, de otorrino, senão o corpo não aguenta. Tem bloco que a gente toca por seis horas sem parar. Durante esses shows de Carnaval, tem uma profissional que nos acompanha, que recomenda o que temos de comer e vai suplementando. É bem puxado. Mas na hora que vemos o público, a gente esquece de tudo e entra em estado de show. A gente ama o que faz e essa energia que recebemos das pessoas é o nosso combustível.

Agora em 2020 você completa sete anos na banda Eva. Como você avalia sua trajetória e o que significam esses anos?

Estão sendo sete anos maravilhosos, de muito aprendizado, semeando coisas boas, levando música pra galera, alegria... A gente está colhendo muita coisa bacana, que plantamos lá atrás sabe, é uma grande honra agora esse momento dos 40 anos, está sendo muito gratificante.

A Eva tem uma tradição de vocalistas que seguem carreira solo. Você pensa sobre isso? Você deve ser bem procurado por empresários com propostas, né?

Não pensei nisso ainda, gosto de viver o meu presente, mas enquanto eu tiver essa liberdade para fazer as minhas coisas, colocar em prática minhas ideias musicais e artísticas, vou manter essa relação. Sobre ser procurado por empresários, sempre acontece, mas não passa pela minha cabeça nesse momento.

Teve um período que o axé tomou conta do Brasil, durante o ano todo as pessoas cantavam, faziam as coreografias, ouviam nas rádios. Agora ficou mais restrito à época de Carnaval. Como você vê isso?

Eu acredito que o axé está ressurgindo. Hoje a gente toca menos em Salvador e durante o verão na Bahia. Na verdade 90% da nossa agenda é em outros Estados, do Sul e Sudeste, então está acontecendo o ano inteiro. Na minha visão está havendo um retorno, se comparado a quando entrei no grupo, em 2013.

Nessa área do axé, quem você admira, acompanha o trabalho?

Gosto muito de Ivete Sangalo, de todos os vocalistas que passaram pelo Eva, que são grandes referências na minha carreira e tem também muita gente. Gosto por exemplo do BaianaSystem, que faz um som muito bacana.

Quais são as novidades da banda Eva para 2020?

Este ano a gente continuará divulgando o DVD de 40 anos, data que completaremos durante o Carnaval de Salvador e teremos o lançamento de algumas músicas novas também.

A festa que terá show da Banda Eva em Sorocaba acontece amanhã, a partir das 15h, na Fazenda Pitangueiras (rodovia João Leme dos Santos, km 11, bairro Itinga), com classificação etária de 18 anos. Sambinha do Jorginho, The Heroes e Waltinho Silva são outras atrações já confirmadas.Os ingressos (último lote extra, com 100 unidades) custam R$ 115 e podem ser adquiridos na rua Gustavo Teixeira, 474, Mangal. Mais informações pelo telefone (15) 3442-4074. (Daniela Jacinto)

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