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#TBT: Apis 103 anos

07 de Outubro de 2021 às 00:01
Manuel Garcia [email protected]
Pátio interno do hospital.
Pátio interno do hospital. (Crédito: ACERVO APIS / DIVULGAÇÃO)

A Associação Protetora dos Insanos de Sorocaba (Apis), entidade vinculada à Loja Maçônica Perseverança III, completou 103 anos no dia 1º de outubro, com histórico de ações que revolucionaram o tratamento de pacientes no campo da psiquiatria, garantindo-lhes dignidade e oportunidades de reinserção no convívio social. Na década de 90, a Apis foi pioneira no Brasil na criação do modelo de residência terapêutica, oficializado em 2000, pelo Ministério da Saúde. A iniciativa transformou o atendimento -- antes focado na internação -- em projeto terapêutico com níveis de atenção aperfeiçoados.

A Apis foi criada em 1º de outubro de 1918 como Instituto de Higiene Mental Dr. Luís Vergueiro. Os fundadores foram o prefeito da cidade na época, capitão Augusto César do Nascimento Filho; o delegado de polícia Bráulio de Mendonça Filho; o engenheiro Júlio Bierrembach Lima; e o professor Joaquim Silva, do Grupo Escolar Porto Seguro. E a primeira diretoria executiva do Instituto foi composta de cinco mulheres, iniciativa pioneira na época: a presidente Ana Sucupira Kenworthy; a vice Júlia de Sá Bierrembach; a 1ª secretária Júlia Penteado de Barros; a 2ª secretária Márcia Mercedes de Mendonça; e a tesoureira Amélia César do Nascimento.

Os acontecimentos que deram origem à Apis datam de 1869, época de fundação da Loja Maçônica Perseverança III. Na ocasião, a cidade recebia grande número de leprosos e variolosos. O primeiro venerável da Loja Maçônica, Vicente Eufrásio da Silva Abreu, iniciou o projeto de criação de um manicômio para auxiliar esses pacientes. Dentro do projeto, a construção de um hospital começou em 1873 e em 1876 foi concluída a obra do Hospital Santa Rita de Cássia. Essa unidade foi transformada no primeiro manicômio de Sorocaba.

Nesse período, os hansenianos (leprosos) estavam sendo transferidos para o Hospital do Pirapitingui, em Itu, o que deixou o Santa Rita de Cássia ocioso e as vagas passaram a ser ocupadas por pacientes com problemas mentais. A nova realidade culminou com a criação do Instituto de Higiene Mental Dr. Luís Vergueiro em 1º de outubro de 1918. O Instituto teve como sede o prédio construído na avenida General Carneiro. Nos primeiros anos, a nova entidade não tinha estrutura hospitalar. O prédio abrigava pacientes com doenças mentais crônicas que não demandavam assistência médica contínua, e os casos agudos eram encaminhados ao Hospital Psiquiátrico de Franco da Rocha.

Em 1944, na administração de Joubert Wey, o Instituto passou a contar com a visita regular de médico da Secretaria de Saúde do Estado. Em 1969 foi extinta a denominação como Instituto de Higiene Mental e em seu lugar surgiu o Hospital Psiquiátrico Jardim das Acácias, que se mantinha por meio de convênios com o SUS e toda a sua diretoria era composta por voluntários. O hospital fechou em 2014, por força de política do governo federal para o setor psiquiátrico, que priorizou as residências terapêuticas.

Atualmente a Apis tem sob os seus cuidados nove residências terapêuticas, atendendo 60 moradores, e duas unidades de Centros de Atendimento Psicossocial (Caps), com 7.000 atendimentos/mês para questões de álcool e drogas e doenças psicóticas. O Caps Alegria de Viver fica no Jardim Europa; o Caps Roda Viva na rua Padre José de Anchieta, no Centro. De 1996 até 2003, os pacientes produziram o jornal Folha das Acácias, com edições bimestrais e tiragens de 3.500 exemplares.

TBT é uma gíria popular que significa Throwback Thursday e pode ser traduzida do inglês como “quinta-feira do retorno” ou “quinta-feira do regresso”. A expressão, simbolizada por #tbt, é utilizada pelos usuários de redes sociais como hashtag para marcar fotos que se refiram ao passado.

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