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Dia da Bastilha

23 de Julho de 2021 às 00:01
Manuel Garcia [email protected]
TC EB. Clayton Ricardo Pontes.
TC EB. Clayton Ricardo Pontes. (Crédito: MANUEL GARCIA)

O 7º Comando de Policiamento de Interior (CPI-7) realizou, no dia 14 de julho, uma solenidade em homenagem ao Dia da Bastilha, que é um feriado nacional francês, celebrado em memória ao episódio histórico da Tomada da Bastilha, em 1789, quando teve início o caráter popular da Revolução Francesa. A solenidade contou com a presença do consul-geral adjunto da França, Christophe Alamelama. Durante a cerimonia houve outorga do Colar Evocativo ao Sesquicentenário da Revolução Liberal de 1842 para personalidades que se destacaram durante o último ano.

Histórico da Policia Militar de São Paulo com a Polícia Francesa: A implantação da Missão Militar Francesa de Instrução da Força Pública ocorreu para atender um objetivo bastante peculiar do Estado de São Paulo. Desde o fim do Império, prevalecia a política do Café com Leite, que consistia na hegemonia política no cenário nacional de Minas Gerais e São Paulo. Contudo, os políticos paulistas sabiam do risco de tentativas de intromissão na gestão econômica e social desenvolvida, sobretudo por meio de intervenções do Exército Brasileiro, que poderia restabelecer o modelo centralizador e burocrático. Dessa forma, a grande agilidade econômica pela qual São Paulo passava seria prejudicada, principalmente, no tangente à expansão cafeeira.

A Força Pública deveria ser um pequeno exército paulista, ou seja, uma força de polícia em condições de desempenhar o papel de defesa territorial, para assegurar os interesses do Estado. Em razão da necessidade da reformulação da corporação, é contratada a “Missão” em 27 de março 1906. Os seus membros vinham de uma unidade do exército francês que realizava atividade de polícia em Paris: uma unidade militar com experiência de missões policiais. Ela esteve por duas vezes no Brasil.

A 1ª Missão Francesa ficou de 1906 a 1914, quando os oficiais franceses tiveram de retornar à pátria com a eclosão da 1ª Guerra Mundial e retornou depois de 1919, permanecendo até 1924. Na primeira fase, o coronel Paul Balagny comandou as ações de treinamento. Foi ele quem estimulou a instrução dos homens, além de ter se preocupado com o bem-estar e formação pessoal do soldado. Ademais, o coronel percebeu que aqui havia uma grande diversidade de fardas, mas o ideal seria um uniforme básico sobre o qual acrescentasse adereços para indicar promoções. Ele também ensinou as práticas administrativas desenvolvidas na Força Pública.

Balagny ministrou o primeiro curso de armeiro em São Paulo, que ensinava métodos para manutenção e conservação da arma de fogo pelo soldado. Entre suas iniciativas, destaca-se a execução da instrução individual, da qual se favoreceram aproximadamente 4 mil homens. Para o coronel, primeiramente treinava-se um a um, depois um pequeno grupo (seção), pelotão, companhia; e, finalmente, o batalhão.

Sob o ponto de vista francês, era essencial cuidar também do preparo físico. Seguindo esta mentalidade, foi criada a primeira escola de ensino superior em Educação Física no País, pois acreditava-se ser preciso dotar os homens de técnicas não-letais. Graças a isso, a Missão introduziu oficialmente no Brasil o boxe, a esgrima, a ginástica sueca e o “bailado de Joinville Le Ponte”. Foi a Missão Francesa de Instrução da Força Pública que deu início às precursoras do Cefap (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças) e da Academia do Barro Branco.

Dentre as principais decisões tomadas, estava a estruturação de escolas de formação de soldados, cabos, sargentos e oficiais. Além disso, os ensinamentos franceses introduziram na Corporação uma visão globalizada, à qual permitiu que a Força Pública se reformulasse e se modernizasse. As técnicas que revolucionaram positivamente a Polícia Militar, ao longo de sua história, são frutos da mentalidade internacionalizada incitada pela Missão, tais como: o projeto Resgate, o Radiopatrulhamento Aéreo, a prática de tiro policial não letal, e a ênfase no ensino de Direitos Humanos.

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