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Palco Presente vai contemplar 70 espaços teatrais na Capital

15 de Julho de 2020 às 00:01

Palco Presente vai contemplar 70 espaços teatrais na Capital Monólogos serão apresentados nos teatros e exibidos na internet. Crédito da foto: Flávia Junqueira

A baixa audiência que rondou as transmissões musicais nos últimos meses também persegue os artistas de teatro. É certo que uma cena caseira ainda não traduz a experiência do palco, e raramente amplia o potencial do intérprete que se apresenta. A emergência da Covid-19 sequestrou a estética e a criação, mas o “show precisa continuar”.

Para afastar os fantasmas que agora ocupam o interior dos teatros quarentena adentro, a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo anunciou ontem o Festival Palco Presente, um edital que propõe um meio de campo -- devolver a criação teatral para o palco e oferecer suporte emergencial aos artistas.

Diferentemente das sessões on-line, muitas delas feitas na casa de atores, o festival vai fomentar pequenas produções -- monólogos ou duos cênicos, apresentados no interior dos teatros, sem plateia, e exibidos na internet. “A ideia é que o artista possa retornar, agora sem aquela luz fantasma que transformou os palcos na quarentena”, afirma o coordenador de teatros e centros culturais, Pedro Granato.

O chamamento será lançado na próxima semana e vai contemplar cerca de 70 espaços teatrais, públicos e privados, com subsídios que vão de R$ 6 mil a R$ 12 mil, com as apresentações programadas para um único fim de semana de agosto.

Para Granato, a iniciativa também traz efeitos na criação. “O resultado estético será diferente. O artista vai ter o palco, os recursos de luz, o som e, quem sabe, o cenário. Não é uma live de apartamento, mas uma transmissão conjunta”, afirma.

Para demarcar a presença do festival na Capital, os espaços participantes vão receber uma intervenção artística de Flávia Junqueira, que já transformou o interior do Teatro Alfredo Mesquita com balões coloridos na sala teatral.

Uma ação que lembra a recente apresentação de um quarteto de cordas para uma plateia de plantas no Grande Teatro do Liceu, de Barcelona. “É criar a sensação de que esse vazio pode ser preenchido artisticamente”, comenta o secretário municipal de Cultura, Hugo Possolo, ao Estadão. “Entendemos que as pessoas estão assustadas, que não é o tempo de reabrir teatros para o público. No entanto, precisamos dar soluções criativas para atravessarmos este momento.” (Estadão Conteúdo)