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Oswaldo Montenegro apresenta ‘Serenata’ no Recreativo Campestre

14 de Setembro de 2018 às 07:54

Oswaldo Montenegro apresenta ‘Serenata’ Oswaldo Montenegro se apresenta no Clube União Recreativo Campestre - Foto: Divulgação/Cauê Andruskevicius

Nascido no Rio de Janeiro, Oswaldo Montenegro tinha apenas 7 anos de idade quando se mudou com a família para São João Del Rey (MG), onde pulava a janela de casa para acompanhar amigos de seu pai em serenatas para namoradas. Aos 9 anos, começou a estudar violão e logo compôs sua primeira canção, “Lenheiro”, nome do rio que corta a cidade. Para homenagear o espírito seresteiro que o acompanha desde então, Oswaldo Montenegro faz o show “Serenata” no Clube União Recreativo Campestre. De acordo com a Teatro GT, produtora do show, havia ingressos à venda até o fechamento desta edição.

No espetáculo, o artista promete apresentar uma seleção de canções que ele cantaria numa ruela pouco iluminada dos caminhos de quando era criança. “Revivo no palco a sensação que as serenatas me provocavam na infância. A sonoridade do instrumental ajuda. É um show totalmente acústico. Às vezes os músicos tocam no meio da plateia, e isso reforça o sentimento que a serenata provoca. É um show informal, bato papo, atendo a pedidos e conto algumas histórias”, afirma o artista, ao Mais Cruzeiro.

Além dos inseparáveis violões de 6 e 12 cordas, Oswaldo Montenegro estará acompanhado de uma banda formada por Sergio Chiavazzoli (bandolim), Madalena Salles (na flauta) e Alexandre Meu Rei (viola de 12 cordas). “Eles embarcam no conceito serenata”, diz o artista que está comemorando 40 anos de carreira.

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Segundo Montenegro, o show é uma homenagem ao que realmente é: um trovador. “Isso nasceu nas serenatas de São João Del Rey. Conviver com os boêmios da cidade, andando com os meus pais de madrugada, me definiu. E principalmente, definiu pra mim a arte como sendo um lugar de afeto. Durante a vida, mostrei nos shows as coisas de que mais gosto e, nesse, apresento o que sou”, complementa, destacando que ao se referir à serenata, evita enquadramentos de gênero musical, e sim, ao o hábito de cantar na madrugada com e para amigos -- uma forma de ligar a música aos afetos. Para o repertório do espetáculo, o artista selecionou suas composições mais identificadas com esse ambiente de serenata, de lampiões, ruas estreitas e lua cheia, como “A lista”, Bandolins”, “Travessuras”, “Lua e flor”, “Estrelas”, “Sem mandamentos” e “Intuição”.

Cinema

Além de compositor, cantor, dramaturgo e escritor, há nove anos Oswaldo Montenegro também se lançou na carreira de cineasta, acumulando dezenas de prêmios com seus três filmes lançados, todos roteirizados a partir de canções homônimas: “Léo e Bia” (2010), “Solidões (2013) e “O perfume da memória” (2016).

Montenegro comenta que decidiu se aventurar na linguagem cinematográfica “que permite tudo”, a partir da constatação que sempre trabalhou misturando teatro, música e dança. “As fronteiras entre as artes estão cada vez mais diluídas. Além disso, canção é um gênero que foi a grande estrela do século 20, mas não é mais a protagonista. Hoje ela é trilha. Trilha de filme, de novela, de jogos da internet, e o audiovisual é o lugar onde a canção pode morar, sem precisar ser um mega sucesso. Ali, a música pode existir com dignidade, mesmo que seja desconhecida de uma grande massa, como nos séculos anteriores ao século 20, em que a música se prestava a funções, alegrava festas, recheava missas etc. Só no século 20 ela teve um valor em si. Éramos garotos que ouviam um disco inteiro de olhos fechados. Hoje, as pessoas ‘veem’ música”, analisa.

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Seu longa mais recente, “O perfume da memória”, está disponível gratuitamente no canal do artista no Youtube, sendo visto por mais de 6,5 milhões de vezes. “O importante é que a gente transforme esse veículo, essa possibilidade que os novos tempos estão oferecendo, numa coisa palpável, para que o público tenha acesso ao que a gente faz. Isso é muito bacana”, defende Montenegro. Realizado de maneira totalmente independente, o longa é narrado pelo próprio Montenegro, que através de textos e canções conduz o espectador ao longo do enredo.

Estrelado por Kamila Pistori e Amandha Monteiro, o longa gira em torno da paixão entre duas musicistas, a flautista Madalena Salles e a violoncelista Janaína Salles mas, segundo o cineasta, sem impor bandeiras. “Sobre a questão do tema [a paixão entre duas mulheres], não entra na minha cabeça isso ainda ser uma discussão. Qualquer amor é válido, e pronto. A questão principal é o quanto diferentes visões de vida podem atrapalhar uma relação. Isso se estende a outros campos. Hoje em dia vejo amigos se distanciarem porque discordam politicamente. Detesto isso. O sentimento, o amor, tem que estar muito acima do que pensamos”, finaliza.

Serviço

Oswaldo Montenegro - “Serenata”

Sábado (15), às 21h

Clube União Recreativo Campestre (rua Francisco Paulo Braion, 650, Jardim Guadalajara)

Ingressos, disponíveis até o fechamento desta edição, variam entre R$ 40 e R$ 250

Vendas - www.ingressodigital.com ou na loja Click Musical (rua Francisco Scarpa, 95, Centro)