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Canto coletivo

Vozes se unem em festival que celebra a arte coral em Votorantim

Coral da Apevo dividiu o palco com o UniversIDADE da Unicamp e o grupo Mais que Vozes, de Campinas

28 de Outubro de 2025 às 21:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
 O Coral da Apevo, antes uma atividade complementar, ganhou novos propósitos
O Coral da Apevo, antes uma atividade complementar, ganhou novos propósitos (Crédito: MURILO AGUIAR)



O 2º Festival de Corais da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Votorantim e Região (Apevo) reuniu tudo o que os admiradores do canto coletivo mais valorizam: talento, interpretação e um toque de experiência que fez toda a diferença. O encontro gratuito e aberto ao público apresentou três grupos no cenário regional, celebrando a música coral como expressão de arte, convivência e emoção.

O Coral da Apevo, sob regência de Luis Gustavo Laureano, dividiu o palco com o Coral UniversIDADE da Unicamp, conduzido pelo maestro Clóvis Português, e o Coral “Mais que Vozes”, de Campinas, sob direção da maestrina Simone Gaspari. As apresentações aconteceram no salão social da associação, com um repertório que foi do popular ao erudito, destacando a riqueza da música brasileira.

Em sua participação, o Coral da Apevo emocionou o público com canções como Cirandeiro, de Edu Lobo e o clássico Tocando em frente, de Almir Sater e Renato Teixeira.

À direção do grupo há mais de oito anos, o maestro Luis Gustavo Laureano, responsável também pela curadoria e direção artística do festival, relembra que o coral nasceu de uma necessidade cultural da associação. “Já existiam várias atividades esportivas, de cognição, dança e jogos, mas faltava algo voltado à cultura. O coral surgiu dessa demanda, especialmente de idosos que queriam cantar e enxergavam nisso qualidade de vida”, explica o maestro.

O projeto, que começou como uma atividade complementar cresceu e ganhou novos propósitos. “Logo começaram a surgir convites para festivais, encontros de coros em várias regiões do estado e apresentações em hospitais, asilos e organizações do terceiro setor”, conta Laureano. Segundo ele, o impacto da música vai muito além das apresentações. “O canto coral une pessoas e desenvolve áreas importantes do corpo e da mente. Trabalha audição, memória, articulação, fortalecimento muscular e comunicação, aspectos fundamentais para a terceira idade”, destaca.

Sob a regência da maestrina Simone Gaspari, o Coral Mais que Vozes, de Campinas, trouxe uma apresentação envolvente, com Canções e Momentos, de Milton Nascimento, e o clássico samba Tiro ao Álvaro, de Adoniram Barbosa.

Para a regente, o canto coletivo é um poderoso instrumento de transformação. “Os coristas percebem que, através do canto coral, podem realizar um trabalho de qualidade. Na melhor idade, cantar em conjunto é uma forte ferramenta de comunicação, expressão, prazer e relacionamento social”, afirma ela.

O maestro Clóvis Português, que comanda o Coral UniversIDADE da Unicamp __ um projeto que há dez anos une alunos e moradores de Campinas __ reforça o caráter formativo do canto coral. “A pessoa idosa está sempre disposta a sonhar e a ter novos desafios. O coro é esse lugar onde ela continua olhando para o futuro, e não apenas para o passado”. Ele destaca também o valor emocional da atividade: “alguns deles têm o ensaio como o momento mais esperado da semana. É quase religioso: eles contam os dias para cantar e reencontrar os amigos”.

Entre as vozes do Coral da Apevo está Osmari Corazza, de 77 anos, carinhosamente conhecida como Rose, uma das integrantes mais antigas do grupo. Com emoção ela conta que “quando comecei, não imaginava que mudaria tanta coisa na minha vida. Hoje sou mais alegre, mais confiante e até mais falante. O coral é uma das minhas maiores alegrias”, enaltece.

Osmari Corazza, também foi responsável por confeccionar o figurino das coristas. “Assim que soube da intenção do maestro de organizar o festival, me dispus a ajudar. Ver todas as meninas vestidas e felizes não tem preço”, afirma, orgulhosa. Para ela, o grupo é mais do que um coral, é uma família. “A gente esquece os problemas quando está aqui. Somos amigos, somos uma família. Estar neste coral é uma das maiores alegrias da vida”, conclui.

Mais do que um evento musical, o Festival de Corais da Apevo mostrou como o canto coletivo pode transformar vidas. Entre melodias e sorrisos, ficou evidente que a música segue curando solidões e fortalecendo vínculos, uma verdadeira celebração da arte e da vida. (Murilo Aguiar - programa de estágio)

 

 

 

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