O que forma um povo? Para muitos estudiosos, uma população pode ser definida pelo conjunto de regras culturais que a formam. Entender esses pilares formadores da cultura sorocabana é o objetivo da GIA - União Cultural, que nasceu da fusão de três importantes instituições culturais sorocabanas: Gabinete de Leitura Sorocabano, Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba e Academia Sorocabana de Letras.

O salão do Gabinete, cercado pelo importante acervo do local e pelo silêncio solene da praça Coronel Fernando Prestes, recebeu olhares atentos e aplausos dos presentes, que faziam parte de algo histórico: a primeira reunião da GIA.

O encontro aconteceu na noite de sexta-feira (22), no Gabinete de Leitura Sorocabano. Participaram autoridades culturais da cidade, entre elas os presidentes das três instituições, Antonio Luiz Pontes, da Academia Sorocabana de Letras; Adilson Cesar, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba; e Luciano Viana de Carvalho, do próprio Gabinete de Leitura. Também compuseram a mesa o desembargador Roque Mesquita e o vereador Ítalo Moreira. Além das autoridades, cerca de 50 pessoas, entre professores, artistas e estudiosos da cultura sorocabana, acompanharam o debate.

Durante as atividades da roda de conversa, foram abordados temas como a união de outras instituições com a GIA, como a Fundec e o Clube Japonês, tema proposto por Luciano Viana. O professor Adilson César propôs para a roda de conversa temas importantes para a cultura sorocabana, como a possível alteração do brasão da cidade e os 150 anos da Estrada de Ferro Sorocabana, além da necessidade de uso das antigas estruturas da ferrovia e possível reaproveitamento para atividades culturais. Parte das antigas oficinas e estruturas deve ser reaproveitada pelo Trem Intercidades (TIC) Eixo Oeste, que ligará Sorocaba a São Paulo.

Numa das participações da plateia, o advogado André Tolentino, alertou para a necessidade de mais atenção com a história dos povos originários na formação da região, que hoje em dia é chamada de “Sorocaba”, nome, inclusive, que vem do tupi-guarani. A proposta foi acolhida pela mesa e o professor Adilson afirmou a necessidade de mais pesquisas acadêmicas sobre a temática.

Porém, com o andamento do evento, as paredes do Gabinete, que já presenciaram grandes encontros de personalidades sorocabanas ao longo do tempo, foram testemunhas de discussões centradas na necessidade de trazer jovens para as conversas e participações no dia a dia das referidas instituições, como forma de renovação, mas também de manter a cultura sorocabana viva. Afinal, a cultura é viva: se transforma, se mistura e ganha novos sentidos em cada geração.

Ao final do evento, a GIA recebeu um certificado, entregue por André Mascarenhas, que representava o prefeito Rodrigo Manga, em reconhecimento à criação da instituição. (Vernihu Oswaldo)