Na Europa
Grupos de SP levam as suas brasilidades à Escócia
Começa na sexta-feira, 1º de agosto, o Fringe Edinburgh, maior festival de artes cênicas do mundo, que acontece anualmente em Edimburgo, capital da Escócia, há quase 80 anos. Nesta edição, o festival recebe o São Paulo Showcase, iniciativa da Secretaria Estadual da Cultura, com seis companhias paulistas, duas delas do interior paulista e as demais da capital: Cênica (São José do Rio Preto), Cia de Dança (São José dos Campos), Fundo Falso, La Troupe, Parlapatões e Teatro Cego.
A presença paulista no Fringe é marcada pela diversidade de linguagens, como teatro, dança e circo, envolvendo ainda música e culinária, e passando por temas como romance, rotina, burnout, saúde, empatia, confiança e história. Para a plateia internacional, as companhias envolvidas no São Paulo Showcase apostam na brincadeira com as diferenças entre a cultura brasileira e escocesa e entre os idiomas português e inglês, cada uma à sua maneira.
A Cênica, de São José do Rio Preto, apresentará “Cheese and Guava or Romeo and Juliet” (“Queijo com Goiabada ou Romeu e Julieta”), cujo título já evoca um sabor tipicamente brasileiro. A companhia, que terá parte do elenco falando em português e parte em inglês.
Almoço para o público
A La Troupe, de São Paulo, que leva “What’s in the kitchen”, optou por outro tipo de abordagem. O texto encenado será o original, em português, contando com o apoio de legendas. A La Troupe promove uma experiência que transcende o teatro, oferecendo um almoço aos espectadores, mostrando uma mistura entre Brasil e Escócia.
Quem também optou por mostrar elementos do próprio idioma foi a Fundo Falso, também de São Paulo, que leva ao Fringe “Honest Fraud”, com números de mágica e telepatia, um deles todo falado em português. A companhia leva ainda a Edimburgo a imagem do animal que se tornou um dos maiores símbolos do Brasil no mundo: a capivara.
Outra companhia paulistana segue a trilha de linguagens artísticas universais: o Parlapatões, que apresenta no festival o espetáculo “The Mequetrefo”, que tem a imagem e a ação física como vias principais de comunicação, e a palhaçaria, como linguagem popular.
No escuro
Os textos gravados que dão suporte dramatúrgico a “Voyeur/Samba & Love”, da Cia de Dança de São José dos Campos foram traduzidos para a temporada no Fringe, mas a dança é uma linguagem universal, ela pode falar muito, sem a necessidade do uso da palavra, detalha a coreógrafa Lili de Grammont, da Cia.
O Teatro Cego, da capital paulista, leva ao festival “Another Sight”, espetáculo encenado completamente no escuro. Para o Fringe, tiveram o texto traduzido por José Luiz Volcan, que morou no norte da Inglaterra, próximo à Escócia. Além do texto, sons e aromas conduzem o público pela história, que narra a experiência de uma empregada doméstica e sua patroa, ambas passando por tratamentos de câncer, em diferentes estágios. (Agência SP)