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História

Reabertura de museu reacende as memórias em Porto Feliz

Depois de 15 anos fechado, Museu das Monções volta a abrir as portas e o acervo ao público

04 de Julho de 2025 às 22:49
Thaís Marcolino [email protected]
Prédio passou por obras de reforma e foi 
recuperado para a cidade e região
Prédio passou por obras de reforma e foi recuperado para a cidade e região (Crédito: DANIEL GOUVEIA)

Os museus têm como característica a disposição de elementos que contam a história de um determinado lugar ou tema, mas também são capazes de marcar a vivência de quem o frequenta. E não importa quanto tempo passe. É o que aconteceu com diversos porto-felicenses na reabertura do Museu das Monções, na noite de quinta-feira (3), depois de 15 anos fechado.

“Vinha bastante com a minha família quando era criança e sempre foi muito legal. A vida inteira gostei de conhecer coisas do passado, de saber como eram. Ao entrar, algumas delas me remeteram a essas cenas”, comenta o vigilante Adilson Rodrigues, presente na cerimônia promovida pela Prefeitura de Porto Feliz.

Aos 49 anos, ele aproveitou o momento para proporcionar a mesma sensação para a família. “Hoje vieram a esposa, uma das filhas, o genro e o netinho, mas quero voltar com os outros sim, porque é muito importante que eles saibam da nossa história e como a nossa cidade foi formada”, diz. “Demorou, mas valeu a pena, ficou bonito”, complementa o vigilante.

No caso do artesão Alessandro Guilherme Portela, o museu traz uma lembrança um tanto engraçada. “Quando era criança, entrei aqui e vi uma cobra embalsamada (técnica de taxidermização, que consite em preservar o animal morto, mantendo todas as suas características), me assustei e saí correndo”, relata. O episódio ficou em sua memória, que também guarda as histórias de sua mãe, que estudou no mesmo local. À época, o prédio histórico sediou a “escola Normal”, o que hoje pode ser entendido como ensino fundamental.

E, agora, seu trabalho também está fixado no jardim. “Quero levar esse legado para frente também, porque participei da construção do batelão (tipo de embarcação). Estou muito feliz de também fazer parte dessa história”, complementa.

Adilson e Alessandro são apenas dois de tantos que estiveram na reabertura do Museu das Monções, depois de 15 anos fechado devido a obras. A população que quiser também pode visitar o espaço, localizado na rua André Rocha, no Centro, de segunda a sábado, das 8h às 18h. Não precisa agendar.

O público que frequentar o museu vai encontrar seis ambientes, divididos em dois andares. No térreo, documentos, mapas e livros trazem a formação de Porto Feliz, a expedição de Langsdorff com o objetivo de realizar um levantamento abrangente da fauna, flora, paisagens e tipos humanos do Brasil e, momentaneamente, obras do artista porto-felicense Juliano Romeu. Já no segundo andar, uma área dedicada ao rio envolvido ativamente nas expedições fluviais ocorridas entre 1720 e 1850.

“E claro, o museu não poderia deixar de ter uma área ampla para tratar especificamente das partidas das Monções, porque foi um movimento de suma importância para o Brasil, e daqui saíram para o redescobrimento interno do País. E também mostramos o Rio Tietê, que tem grande conexão com a cidade”, explica o secretário de cultura, esportes e turismo de Porto Feliz, Bruno Mendonça.

 

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