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Literatura

Bibliotecas reúnem aprendizado, cultura e acesso facilitado

14 de Junho de 2025 às 20:01
Beatriz Falcão [email protected]
Biblioteca comunitária foi criada há 24 anos no Parque Laranjeiras
Biblioteca comunitária foi criada há 24 anos no Parque Laranjeiras (Crédito: REPRODUÇÃO)

As bibliotecas são locais em que o aprendizado e a cultura se encontram em diversas frentes. Literatura, oficinas e exposições são somente alguns exemplos. Nestes espaços, a população tem acesso a livros, documentos e outros recursos de forma gratuita. Foi pensando nessa necessidade que, há 24 anos, Josué Lima e outros nove amigos criaram a Biblioteca Comunitária “Milton Expedito”, localizada atualmente no Parque das Laranjeiras, na zona norte de Sorocaba.

De acordo com Lima, em 2000 e 2001, as bibliotecas de Sorocaba funcionavam mais como um depósito de livros do que como um acervo de empréstimo e devolução de livros. Desta forma, os jovens tinham dificuldade para pegar materiais para estudar.

“Na época, nós estávamos em 10 alunos e começamos a realizar eventos para arrecadar livros e doações. A princípio, instalamos a biblioteca comunitária, que levava o nome de Zumbi dos Palmares, em um prédio público abandonado, no Parque das Laranjeiras mesmo”, relata Josué. “Porém, fomos despejados de lá, então recebemos o convite de montar no Santo Antônio II. Lá, ficamos até 2011.”

Atualmente, o espaço está instalado na rua Michel Chicre Maluf e leva o nome de um dos membros fundadores, que já faleceu. Com um acervo de aproximadamente 1,8 mil livros, a biblioteca recebe muitos pais, crianças e adolescentes.

“Mesmo com o advento da tecnologia, as pessoas mantêm o hábito de leitura, o que é muito bom. A literatura é transformadora. Embora o celular facilite muitos processos do dia a dia, não supre a necessidade intelectual de um livro. Portanto, é muito legal que os pais tragam seus filhos para a biblioteca, por serem os principais incentivadores”, aponta Josué.

Entre os exemplares mais procurados na Biblioteca Comunitária “Milton Expedito”, os gibis e a literatura marginal se destacam. Já quanto aos autores, Paulo Coelho e Abner Laurindo são os mais procurados.

Hábito de leitura

Com a tecnologia cada vez mais presente no dia a dia da sociedade, os livros também evoluíram para o formato digital. Neste cenário, surgem sites, aplicativos e até mesmo aparelhos, como o Kindle, para atender os leitores atualmente. Contudo, ainda existe aquela parcela que prefere sentir os exemplares com as próprias mãos, virar as páginas e sentir o cheiro do papel.

Um exemplo é a jovem aprendiz Khetlyn Mendes de Oliveira, de 18 anos, que tem o hábito de visitar bibliotecas com frequência para emprestar livros. Desde muito nova, ela nutre o amor pela leitura, contudo, percebe que os exemplares estão cada vez mais caros, o que impossibilita comprar sempre.

“Existem muitos livros bons nas bibliotecas e são gratuitos. Claro, precisa ter paciência e a mente aberta para procurar, mas eu gosto muito”, conta a jovem. “Atualmente, estou focando mais na literatura brasileira, aproveito o tempo no ônibus até o trabalho para ler”.

A sua última leitura, inclusive, foi Dom Casmurro, do brasileiro Machado de Assis. Khetlyn emprestou um exemplar da Biblioteca Municipal de Sorocaba “Jorge Guilherme Senger”.

Pluralismo Cultural

Muito além de empréstimo e devolução de livros, as bibliotecas também reúnem outras manifestações culturais. De acordo com a bibliotecária Flávia Sheila Tamborra, que atua na Biblioteca Municipal de Sorocaba “Jorge Guilherme Senger”, promover ações e eventos voltados para a literatura é uma das funções da biblioteca.

“Por exemplo, nós sempre temos exposições de artistas locais ou de fora, oficinas e atividades em datas comemorativas. A cultura deve acontecer em todo o entorno do espaço, vai muito além do acervo”, aponta a profissional.

Flávia também destaca o trabalho voltado para o público infantil. No caso da Biblioteca Municipal, há um acervo destinado somente às crianças. Neste local, há também um espaço para deficientes visuais, com recursos de acessibilidade e braille.

“Nós recebemos muitas visitas monitoradas de escolas. Portanto, além do hábito da leitura, nós também sensibilizamos os pequenos para temas atuais e sociais”, finaliza a bibliotecária.

 

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