Fotografia
‘Trabalhadores’ de Salgado estará no Rio

A primeira exposição de Sebastião Salgado no Brasil após sua morte, na semana passada, foi um acaso. Em nota, a Casa Firjan, no Rio de Janeiro, que sediará o evento, admite surpresa e comoção:
“Fomos surpreendidos e ficamos profundamente entristecidos com a notícia da morte de Sebastião Salgado. Originalmente, nosso objetivo era celebrar a genialidade de Salgado em vida, mas agora essa exposição ganha um significado ainda mais profundo: uma homenagem a esse grande homem, profissional e ativista que deixou um legado incomparável para a arte e para a consciência social.”
Para os organizadores, a mostra “Trabalhadores” instiga reflexões sobre o futuro do trabalho. “A exposição provoca uma reflexão profunda sobre o significado do trabalho para nós na atualidade. Em um contexto de transformações rápidas, com o avanço das novas tecnologias e a evolução das formas de produção, “Trabalhadores” nos estimula a revisitar o passado, a fim de compreender as mudanças que estão moldando o presente e o futuro.”
A mostra começa na sexta-feira (30) e se estende até setembro, com acervo de 149 fotografias, clicadas entre 1986 e 1992. A entrada é gratuita, e a exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h30. A curadoria e o design da exposição são de Lélia Wanick Salgado, viúva do fotógrafo.
A Casa Firjan está localizada na rua Guilhermina Guinle, 211, Botafogo, Rio de Janeiro.
Leucemia
Sebastião Salgado morreu aos 81 anos na última sexta-feira (23), em meio a um tratamento contra leucemia. A informação foi confirmada pela viúva de Salgado, Lélia Wanick Salgado, que detalhou o diagnóstico do fotógrafo no domingo (25), em entrevista ao programa Fantástico, na TV Globo.
Segundo Lélia, Salgado recebeu o diagnóstico em março, anos depois de ter contraído malária na Papua, na Indonésia, em 2010. Também em março, ele chegou a mencionar que havia sido internado para continuar o tratamento contra malária semanas antes da abertura de uma retrospectiva de sua obra no centro cultural Les Franciscaines, em Deauville, no norte da França.
“[A leucemia] chegou muito severa e não tinha mais jeito, não tinha mais tratamento, não tinha nada”, detalhou Lélia. Ela afirmou, porém, que a família esperava que o tratamento fosse ser bem-sucedido. O cineasta Juliano Ribeiro Salgado, filho do fotógrafo, disse que acreditava o pai “fosse viver mais uns 15 anos e realizar muitas outras coisas”. (Da Redação, com Agência Brasil)