Pinturas
Masp abre mostra especial com obras de Monet
Atração é completada com trabalhos de Frans Krajcberg, artista polonês que viveu no Brasil
No ano em que discute as Histórias da Ecologia, tema escolhido para ser trabalhado durante todo este ano, o Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital, apresenta duas novas mostras expositivas para o público: uma dedicada ao pintor francês Claude Monet (1840-1926) e outra sobre o artista polonês, que viveu grande parte de sua vida no Brasil, Frans Krajcberg (1921-2017). Ambas as exposições foram abertas ao público ontem (16).
A primeira delas, chamada de “A Ecologia de Monet”, faz uma leitura contemporânea sobre a relação do pintor com a natureza, apresentando 32 trabalhos impressionistas do artista, que revelam diferentes momentos de sua relação com a paisagem e o meio ambiente. A maioria dessas obras jamais havia sido mostrada no hemisfério sul.
“A exposição A Ecologia de Monet propõe uma leitura contemporânea da obra do artista, com foco na forma como ele representou a natureza e a paisagem em um momento em que a França vivia acelerado processo de industrialização e de expansão do turismo”, diz o curador Fernando Oliva.
Monet foi um dos fundadores e principais expoentes do movimento impressionista, revolucionando a história da arte com sua abordagem inovadora da luz e da cor. Ao longo de sua carreira, dedicou-se a capturar os efeitos transitórios da luz sobre a paisagem, muitas vezes pintando o mesmo motivo em diferentes horários e condições atmosféricas.
Para apresentar as obras de Monet, a mostra foi dividida em cinco núcleos pelos curadores Adriano Pedrosa e Fernando Oliva e que tem assistência de Isabela Ferreira Loures. São eles: “O Sena Como Ecossistema” aborda a água como um elemento de destaque na produção de Monet; “Os Barcos de Monet”, em que as barcas são mostradas de pontos de vista elevados, eliminando a noção de uma linha do horizonte; “Neblina e Fumaça”, que mostra como o artista representou as transformações urbanas e industriais de seu tempo; “O Pintor e o Caçador”, que parte das caminhadas do artista à procura de boas vistas para pintar; e “Giverny: Natureza Controlada”, com obras produzidas no refúgio que criou nos jardins de sua propriedade na cidade de Giverny.
“Monet criou paisagens que constituíam sistemas ecológicos em si, em uma espécie de desejo de controle e recriação do ambiente natural. Dando forma a esse esforço, durante as últimas décadas de vida ele se dedicou ao mais ambicioso projeto de seu percurso: representar os jardins ao redor de sua casa em Giverny, com seu célebre jardim aquático, que também lhe forneceu os temas mais emblemáticos de produção como as ninféias e a ponte japonesa”, explica o curador.
Frans Krajcberg
Com curadoria de Adriano Pedrosa e Laura Cosendey, a exposição “Frans Krajcberg: Reencontrar a Árvore” apresenta panorama abrangente da produção do artista, reunindo mais de 50 obras entre esculturas, relevos, gravuras e pinturas de grandes dimensões ou em formatos que desafiam o convencional.
Nascido na Polônia e de origem judaica, Krajcberg perdeu toda sua família durante o Holocausto. Chegou ao Brasil nos anos de 1950 e naturalizou-se brasileiro, vivendo parte de sua vida em um sítio em Nova Viçosa (BA), cercado pela Mata Atlântica. Artista multifacetado, seu trabalho é muito centrado na exploração de elementos da natureza e no ativismo ecológico.
A mostra dedicada a Monet fica em cartaz no Masp até o dia 24 de agosto. Já a de Frans Krajcberg se encerra no dia 19 de outubro. O Masp tem entrada gratuita às terças-feiras e também nas noites de sexta-feira, a partir das 18h. Para visitá-lo é obrigatório o agendamento online no site do museu. (Da Redação, com Agência Brasil)