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Taxação pode prejudicar cinema nacional

05 de Maio de 2025 às 22:16
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Justificativa é a de que Hollywood está sendo prejudicada
Justificativa é a de que Hollywood está sendo prejudicada (Crédito: REPRODUÇÃO)

O presidente dos Estados Unidos anunciou no domingo (4) uma medida que deverá afetar a produção cultural do Brasil e do restante do mundo. Donald Trump revelou que pretende impor tarifas sobre os filmes exibidos nos Estados Unidos, mas produzidos no exterior, sob o argumento de que Hollywood é afetada negativamente por uma tendência que está levando cineastas e estúdios americanos a trabalhar fora do país.

Trump enfrenta críticas por suas políticas comerciais agressivas, por meio das quais impôs tarifas generalizadas a países de todo o mundo. “Estou autorizando o Departamento de Comércio e o Representante de Comércio dos Estados Unidos a iniciar imediatamente o processo de imposição de uma tarifa de 100% sobre qualquer filme que entre no nosso país e tenha sido produzido no exterior”, publicou o presidente americano na plataforma Truth Social.

“A indústria cinematográfica dos Estados Unidos está morrendo muito rapidamente. Outros países oferecem todo tipo de incentivo para atrair os nossos cineastas e estúdios para fora dos Estados Unidos. Hollywood e muitas outras áreas dentro do país estão sendo devastadas”, advertiu Trump. Segundo o presidente americano, esse cenário é resultado de “um esforço conjunto de outras nações”, que representa “uma ameaça à segurança nacional”.

O secretário de Comércio, Howard Lutnick, republicou a mensagem de Trump e acrescentou que está trabalhando na questão.

Não foram divulgados detalhes sobre as condições de aplicação das tarifas aos filmes produzidos no exterior. As séries de TV, um setor cada vez mais popular e rentável para a indústria audiovisual, não foram mencionadas.

O anúncio de Trump representa uma nova escalada na ofensiva comercial iniciada pelo presidente americano contra os parceiros econômicos do país.

A China, principal alvo das medidas de Trump, havia anunciado no início de abril que reduziria “moderadamente” a quantidade de filmes americanos exibidos oficialmente em seu território como uma de suas respostas às tarifas impostas pelos Estados Unidos a seus produtos, que chegam a 145%.

A produção cinematográfica é parte crucial da economia americana, gerando mais de 2,3 milhões de empregos e 279 bilhões de dólares (1,578 trilhão de reais) em vendas em 2022, segundo os dados mais recentes da Motion Picture Association. Segundo um relatório de janeiro do serviço de monitoramento de produções ProdPro, os Estados Unidos são um importante centro de filmagem, com 14,5 bilhões de dólares (82 bilhões de reais) em gastos de produção, mas o valor representa uma queda de 26% quando comparado à quantia registrada dois anos antes.

Uma pesquisa com executivos de estúdios revelou que os cinco locais de produção preferidos para 2025 e 2026 ficam fora dos Estados Unidos, devido aos atraentes incentivos fiscais oferecidos por algumas localidades. Toronto ocupa o primeiro lugar, seguido por Grã-Bretanha, Vancouver, Europa Central e Austrália. A Califórnia aparece em sexto lugar. (Da Redação, com AFP)