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Falecimento

Morre Nana Caymmi, importante voz da MPB

Intérprete estava internada há nove meses devido a problemas cardíacos

01 de Maio de 2025 às 23:31
Cruzeiro do Sul [email protected]
Nana era filha do compositor e cantor Dorival Caymmi
Nana era filha do compositor e cantor Dorival Caymmi (Crédito: ERICK PINHEIRO / ARQUIVO JCS (28/2/2011))

A cantora Nana Caymmi morreu ontem (1º), aos 84 anos, em decorrência de problemas cardíacos. Ela estava internada há nove meses na Clínica São José, no Rio de Janeiro. A morte da cantora foi confirmada por seu irmão, o músico e compositor Danilo Caymmi, no início da noite.

Além dos problemas cardíacos que abalaram sua saúde em 2024, que obrigaram os médicos implantar um marcapasso para contornar uma arritmia cardíaca, Nana enfrentou um câncer de estômago em 2015.

Filha do compositor baiano Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, Nana nasceu no Rio de Janeiro, com o nome de Dinahir Tostes Caymmi, o mesmo de uma tia, irmã do pai. Incentivada pelos pais, começou a estudar piano clássico ainda criança. Em 1960, entrou no estúdio com Caymmi para fazer sua primeira gravação, Acalanto, a canção de ninar feita para ela pelo pai. No mesmo ano, gravou um compacto simples com as músicas “Adeus” e “Nossos Beijos”.

O reconhecimento popular só chegou em 1998, quando o bolero “Resposta ao Tempo”, de Cristovão Bastos e Aldir Blanc, foi escolhido para ser tema de abertura da minissérie Hilda Furacão, de Glória Perez. A história da moça de uma família tradicional mineira que larga o noivo no altar e se torna uma das mais famosos prostitutas da zona boêmia de Belo Horizonte conquistou a audiência e ampliou o público de Nana.

Com a carreira em alta, ela colocou em prática um antigo desejo: fazer uma segundo volume de um álbum dedicado apenas a boleros. “Sangra de Mi Alma” foi lançado em 2000, com clássicos do gênero como “Amor de Mi Amores” e “Solamente Una Vez”, essa última escolhida para trilha da novela Laços de Família.

Nos anos 2000, Nana se dedicou a regravar as canções de Caymmi em álbuns temáticos. “O Mar e o Tempo” (2002), “Para Caymmi: de Nana, Dori e Danilo” (2004), “Quem Inventou o Amor” (2007) e “Caymmi” (2013) compreenderam boa parte da obra do compositor.

Seus últimos dois álbuns foram “Nana Caymmi Canta Tito Madi”, de 2019, sobre a obra do compositor pré-bossanovista, e “Nana, Tom, Vinicius”, de 2020, com canções de seus dois grandes amigos, Tom Jobim e Vinicius de Moraes. (Estadão Conteúdo)